sexta-feira, 17 de março de 2017

23. A Visão Védica da Vida

Saiba você ou não, é um fato inalterável que você vive na presença de Deus em cada momento de sua vida. A visão védica do homem torna-o destemido. Ela faz com que ele reconheça sua natureza eterna e imortal, sua imperecível natureza divina – além de nome e forma, que transcende tempo e espaço, sem nascimento ou morte, supremo, não nascido, eterno, imperecível, imutável. Com base nesta visão, convencido desta verdade, o verdadeiro seguidor do antigo modo de viver védico é destemido. Tal pessoa sorri perante a morte; ele sabe que a morte não significa nada para ele. Isto pode ser aplicado a esta gaiola física de carne e ossos na qual ele está aprisionado por pouco tempo, mas ele está sempre pronto. Mas, contudo, ele está sempre preparado para utilizar a vida em sua plenitude e para o bem suprem de todos. “Somos apenas peregrinos de passagem por aqui. Portanto, façamos o máximo bem à criação de Deus na qual vivemos e pela qual passamos.”

Portanto, existe apenas uma grande intenção, um grande objetivo, um grande pensamento: “deixe-me ser um centro de máximo benefício e benção para todos os seres vivos ao meu redor.” Este é o verdadeiro ideal védico da vida – viver e estar neste mundo, não para si mesmo, não para algo mais, mas para o mais elevado bem de todos e também para suprema benção de si mesmo. O seguidor da visão védica aceita a vida como um grande presente. Ele reconhece seu valor, e ele tenta utilizá-la para o melhor desempenho e para o máximo bem de si e de todos. Portanto, ele combina o mais robusto e prático pragmatismo com o mais alto idealismo transcendental – destemor absoluto, consciente do grande valor desta breve permanência na terra. “Sei que tudo é transitório; Sei que todas as minhas conexões são efêmeras. Contudo, enquanto elas estiverem lá elas possuem significado. Devo pegar a vida com ambas as mãos e dizer “sim” para a vida com toda a alegria em meu coração, e devo colocar toda faculdade que recebi de Deus da melhor forma e melhor uso, tendo apenas um interesse – a felicidade de todos, para o bem de todos, a serviço do Deus no homem.”

segunda-feira, 13 de março de 2017

Até o Último Suspiro

Entrar na vida espiritual é uma rara bem-aventurança; é um grande bem. Levá-la a sério e engajar na sadhana espiritual ativa é uma segunda bem-aventurança e um bem ainda maior. Mas perseverar na vida espiritual, progredindo incessantemente, é o maior bem, é o coroar da bem-aventurança. O indivíduo decide: “Venha o que vier, até que o último suspiro deste corpo, eu não me desviarei do caminho da sadhana. Até o último suspiro deste corpo, devo perseverar. Devo me dedicar à vida divina. Serei um yogi; estarei sempre determinado a alcançar o Objetivo. Nunca devo afrouxar meus esforços, menos ainda, cessar meu esforço. Até o meu último suspiro devo ser um sadhaka. Venha o que vier serei um yogi até o fim. Qualquer coisa pode ser incerta, mas isso é certo. Tudo o mais pode ser indeciso, mas isso está decidido de uma vez por todas. Estou determinado que a vida espiritual será a minha vida, o objetivo espiritual será a minha meta. E Deus será a realidade central na minha vida. Vou viver minha vida para Deus e Sua realização.

Assim, se assumirmos com prazer essa atitude de “fazer ou morrer” diante da vida depois de uma séria deliberação e com firme convicção, isto seria na verdade a coroação da vida de sadhana do indivíduo. Este é o maior bem; é a suprema bem-aventurança. E é para tal tipo de sadhaka que o sucesso chega, o sucesso é certo, a realização espera. Aqui não existe dúvida ou imprecisão. O Ser Cósmico se entrega àquele que se doa totalmente ao Ser Cósmico, aquele que está preparado para viver ou morrer por isso. Isto é certo. Aquele que deixou tudo e só pede isso, que se entrega totalmente a tal. Essa é a verdade.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017


21. Resposta ao Eterno Chamado


A única Grande Realidade, o ser Cósmico, a fonte e a origem de incontáveis universos, sempre permanece única, existência não dual, a Realidade transcendental, presente e oculta como o mais sutil do sutil, além dos sentidos, e algo que a mente e o intelecto não são capazes de compreender. Aquela Realidade é o centro de seu ser. Aquela Realidade é a sua identidade essencial eterna. Possa aquela Realidade brilhar em sua consciência como o verdadeiro “Eu sou” além do pequeno “eu” que domina nossas vidas, que nos puxa, nos empurra, que torce e vira e nos impulsiona para cima e para baixo. Este pequeno “eu”, não é você.

Palavras que foram proclamadas pelos sábios iluminados e liberados e videntes da era Védica devem sempre permear sua consciência, habitar em seu coração, direcionar seu intelecto e guiá-lo por toda sua vida – “Levante-se, desperte e atinja a iluminação.” Todo o processo de seu ser e fazer, pensar e agir, deve ser este processo de levantar-se, permanecer desperto e alerta e alcançar a iluminação. Então sozinhos estamos vivendo. Isto é vida – uma constante ascensão em direção à consciência Divina, consciência da Realidade, experiência do Self, Conhecimento. Não existe algo mais elevado do que isso, maior do que isso. É a realização culminante do pináculo de toda a existência. Queira chamar isto Brahma-Jnana, consciência de Cristo, Satori, o Supremo Tao ou nirvana... isto é a única, supremo, experiência não dual que o liberta para sempre da escravidão de si mesmo. Ela o liberta para sempre deste sonho de estar atado a um conglomerado não existente de nomes e formas – este universo aparente.

A rainha Madalasa balançava o berço de seu pequeno príncipe e cantava esta cantiga, “Você é todo pureza, iluminado e imaculado. Desista deste sono de ilusão que faz você dar valor ao que não tem valor. Isto é um grande engano. Isto é a escuridão do sono da não consciência.” Este é o chamado a qual você deve responder. Este é o chamado dos Upanishads. Desista deste sono profundo de ilusão. Você é completo. Você sempre brilha como o centro da radiante e dinâmica consciência Divina no interior de sua aparente personalidade física – mental. Desperte para a sua Divindade, afirme sua Divindade, reivindique sua Divindade, e torne a vida uma expressão de sua Divindade. Este é o único ensinamento. Esta é a única mensagem. Desperte; responda ao chamado. Torne sua vida uma expressão dinâmica do que você é desistindo de pensar sobre si mesmo como sendo o que não é. Esta é a única necessidade aqui e agora, no meio deste vale de lágrimas, você está enraizado na força de sua verdadeira natureza.

A Realidade nunca muda. Você é o que é. Seja o que é e faça de sua vida uma expressão do que você é, isto é Divindade. Então a vida torna-se vida verdadeira, vida autêntica. Que a resposta a este chamado possa ser sua grande tarefa. Possa isto ser seu alegre dever. Floresça como uma flor de lótus no meio do lodo deste samsara. Torne-se arraigado na Realidade e celebre sua vida como uma gloriosa vitória e realização!

(Extraído de sivanandaonline.org - tradução livre)