terça-feira, 28 de março de 2017
sexta-feira, 24 de março de 2017
26. Brahman no Tempo e Espaço
Dizem-nos
que o supremo, que a suprema realidade divina confunde pensamento, raciocínio e
linguagem humana. É transcendental, além do espaço e tempo, não manifestada.
Como podemos, ligados a uma consciência limitada e confinada por fatores de
tempo e espaço, dependentes unicamente do instrumento interior feito de mente e
intelecto, como esperaremos ser possível compreender aquela grande Realidade?
Ele,
sendo imponderável, parece impossível. No entanto, aqueles que escalaram as
imensas alturas da realização do Absoluto, descobriram quando desceram da superconsciência
e da experiência transcendental que outra faceta desta grande Realidade existe.
E esta foi uma descoberta tão grande, tão maravilhosa que seria a melhor coisa
para compreendê-la, viver nessa verdade e basear nossa sadhana nessa verdade.
Isso faria uma mudança revolucionária na qualidade de nossa vida espiritual.
E essa segunda faceta que eles experimentaram
e que os dominou, eles têm compartilhado conosco. É a verdade que o Deus supremo
todo poderoso, o Ser absoluto, que é absoluto insondável e além da mente e do
intelecto, é ao mesmo tempo manifesto na dimensão relativa e finita. Caso
contrário, não haveria possibilidade de nossa busca espiritual, nossa aspiração
ou nossa realização. Tudo isso seria impossível. O que esses grandes homens de
sabedoria descobriram que este Ser transcendental, além de tempo e de espaço, quando
manifestado no tempo e espaço, é VOCÊ! Considere isso! Transcendendo tempo e
espaço, é esse Brahman. Quando esse mesmo Brahman se manifesta no tempo e no espaço,
esse grande Brahman é VOCÊ!
Portanto, seja o que você é. Viva a vida como uma manifestação do que você é, isto é, divindade. Viva uma vida assim. Disperse divindade em tudo que você fizer todos os dias de sua vida. E quando chegar a hora, vá rindo da chamada fim da encarnação nesta terra. Pois não tem sentido para você. Não existe fim; você é eterno, infinito. Estejam despertos e conscientes deste grande fato que Deus, manifestado em espaço e tempo, não é ninguém senão você. Faça da sua vida cheia de uma manifestação deste fato. Viva sua vida cheia de uma radiante qualidade divina. Viva com alegria; viva com luz. Espalhe esta alegria e luz cada minuto, com cada respiração, em toda parte, todos os dias de sua vida.
(Extraído de sivanandaonline.org - tradução livre)
terça-feira, 21 de março de 2017
25. A Vida é Sustentada pelo Sacrifício
Toda
a vida na terra se torna possível pelo sacrifício. Toda a vida na terra é feita
por este processo de doação, a oferta de si mesmo para o benefício do todo. A
chuva que pode estar caindo lá fora é o resultado direto das nuvens chuvosas se
entregando. Este sacrifício no céu é recebido como água pela terra ressequida,
que por sua vez, dá de sua própria essência na forma de todos os grãos e frutas
e vegetais que nutrem e sustentam todas as criaturas na terra. Esta oferta das
nuvens é possível graças a auto entrega das águas do oceano, que abundantemente
se doam, ilimitadamente, sem limites. Então é esta terra sustentada pelo
sacrifício. Cada parte doa de si mesmo para o benefício e felicidade de todos, e
para a vida e para a existência e sobrevivência de todos. E, se você se oferece
ao Senhor que é mais que tudo, ele atende e Ele oferece a Si mesmo para você, e
então não há nada que Ele não faça por você. Ele não só o libertará de todas as
amarras que prendem você aqui, como Ele o libertará para sempre se oferecendo Ele
mesmo na forma de emancipação e perfeição divina. Esta é a eterna promessa: se
você se entrega a Mim, então, na verdade Eu Me entrego a você.
Assim,
a vida é permeada pelo espírito de sacrifício, que é a oferta de si mesmo para
o benefício de tudo o mais. A vida é sustentada, a vida e beneficiada, a vida é
tornada possível, e a vida é abençoada pelo espírito de sacrifício. Aquele que
percebe esta verdade que prevalece na vida humana e que mantem esta cadeia de
sacrifício é sábio. Beneficiando a todos, esse indivíduo se beneficia a si
mesmo. Tornar-se egoísta e centrado em si mesmo, querendo que o mundo ofereça
tudo para o próprio benefício é um triste erro que ao final resultará na
própria estagnação, porque o sacrifício e um processo contínuo. É um movimento
perpétuo em direção à paz, felicidade e perfeição. Inverter este processo e querer
que toda criação funcione para o nosso benefício é se colocar num estado de contradição
com toda a lei da vida, com o plano da vontade de Deus.
segunda-feira, 20 de março de 2017
24. A Mais Importante Descoberta de Nossos Videntes dos Upanishads
O
Criador que brilha entre todos os seres criados, que está mais próximo deles
do que qualquer outra coisa, que é mais seu próprio do que qualquer outra
coisa, aquele Ser que não é conhecido por eles. Estando mais próximos de nós,
não O sentimos. Presente em todo lugar, não O percebemos. A esta falta de
percepção foi dado o termo metafísico “maya”.
Devido a maya o sempre presente não é
reconhecido, o sempre próximo é tido como estando distante, podendo ser
alcançado somente com dificuldade. Assim buscamos por aquele Ser que é jamais
encontrado. O que existe é Uno sem um segundo. Uno e somente Uno e não dual é
aquela grande Realidade, eternamente existente, sempre presente, infinita. Não
existe segundo, existe Um e somente Um. O que quer que exista, pertence à Uno sem
um segundo. O termo “maya” é apenas
um termo para descrever o extado extraordinário e inexplicável estado do Ser
Universal, o qual sendo Uno e não dual está presente em todo lugar, ainda que
não reconhecido ou compreendido. Não é nada, mas um algo misterioso que emana
do Próprio Brahman. É a Sua radiância
que aparentemente oculta aquela radiante, e refulgente Realidade.
sexta-feira, 17 de março de 2017
23. A Visão Védica da Vida
Saiba
você ou não, é um fato inalterável que você vive na presença de Deus em cada
momento de sua vida. A visão védica do homem torna-o destemido. Ela faz com que
ele reconheça sua natureza eterna e imortal, sua imperecível natureza divina –
além de nome e forma, que transcende tempo e espaço, sem nascimento ou morte,
supremo, não nascido, eterno, imperecível, imutável. Com base nesta visão,
convencido desta verdade, o verdadeiro seguidor do antigo modo de viver védico
é destemido. Tal pessoa sorri perante a morte; ele sabe que a morte não significa
nada para ele. Isto pode ser aplicado a esta gaiola física de carne e ossos na
qual ele está aprisionado por pouco tempo, mas ele está sempre pronto. Mas,
contudo, ele está sempre preparado para utilizar a vida em sua plenitude e para
o bem suprem de todos. “Somos apenas peregrinos de passagem por aqui. Portanto,
façamos o máximo bem à criação de Deus na qual vivemos e pela qual passamos.”
Portanto,
existe apenas uma grande intenção, um grande objetivo, um grande pensamento: “deixe-me
ser um centro de máximo benefício e benção para todos os seres vivos ao meu
redor.” Este é o verdadeiro ideal védico da vida – viver e estar neste mundo,
não para si mesmo, não para algo mais, mas para o mais elevado bem de todos e também
para suprema benção de si mesmo. O seguidor da visão védica aceita a vida como
um grande presente. Ele reconhece seu valor, e ele tenta utilizá-la para o
melhor desempenho e para o máximo bem de si e de todos. Portanto, ele combina o
mais robusto e prático pragmatismo com o mais alto idealismo transcendental –
destemor absoluto, consciente do grande valor desta breve permanência na terra.
“Sei que tudo é transitório; Sei que todas as minhas conexões são efêmeras.
Contudo, enquanto elas estiverem lá elas possuem significado. Devo pegar a vida
com ambas as mãos e dizer “sim” para a vida com toda a alegria em meu coração,
e devo colocar toda faculdade que recebi de Deus da melhor forma e melhor uso,
tendo apenas um interesse – a felicidade de todos, para o bem de todos, a
serviço do Deus no homem.”
segunda-feira, 13 de março de 2017
Até o Último Suspiro
Entrar
na vida espiritual é uma rara bem-aventurança; é um grande bem. Levá-la a sério
e engajar na sadhana espiritual ativa
é uma segunda bem-aventurança e um bem ainda maior. Mas perseverar na vida
espiritual, progredindo incessantemente, é o maior bem, é o coroar da
bem-aventurança. O indivíduo decide: “Venha o que vier, até que o último
suspiro deste corpo, eu não me desviarei do caminho da sadhana. Até o último suspiro deste corpo, devo perseverar. Devo me
dedicar à vida divina. Serei um yogi; estarei sempre determinado a alcançar o Objetivo.
Nunca devo afrouxar meus esforços, menos ainda, cessar meu esforço. Até o meu último
suspiro devo ser um sadhaka. Venha o
que vier serei um yogi até o fim. Qualquer
coisa pode ser incerta, mas isso é certo. Tudo o mais pode ser indeciso, mas isso
está decidido de uma vez por todas. Estou determinado que a vida espiritual
será a minha vida, o objetivo espiritual será a minha meta. E Deus será a
realidade central na minha vida. Vou viver minha vida para Deus e Sua
realização.
Assim,
se assumirmos com prazer essa atitude de “fazer ou morrer” diante da vida depois
de uma séria deliberação e com firme convicção, isto seria na verdade a
coroação da vida de sadhana do
indivíduo. Este é o maior bem; é a suprema bem-aventurança. E é para tal tipo
de sadhaka que o sucesso chega, o sucesso
é certo, a realização espera. Aqui não existe dúvida ou imprecisão. O Ser
Cósmico se entrega àquele que se doa totalmente ao Ser Cósmico, aquele que está
preparado para viver ou morrer por isso. Isto é certo. Aquele que deixou tudo e
só pede isso, que se entrega totalmente a tal. Essa é a verdade.
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