É
o que você é que conta aos olhos de Deus. É o que você faz que frutifica, não
aquilo que você conhece. Você possivelmente deve conhecer a estória de Narada
que não tinha paz de espírito mesmo quando pensava que soubesse tudo que
pudesse ser conhecido. Ele levou seu problema a Santkumara: “Aprendi tudo que
pudesse ser aprendido. Possuo um vasto conhecimento, mas contudo, estou
sofrendo, não tenho descanso ou paz interior.” Sanatkumara respondeu, “O que
você estudou? O que você aprendeu? Que conhecimento adquiriu?” A resposta de
Narada foi uma narrativa de todos os livros sagrados que então existia. Então
Narada disse, “Seus estudos são admiráveis, seu conhecimento é louvável, mas o
Supremo é alcançada vivendo a vida indicada nas escrituras.” O Atman não pode
ser aprendido através de discursos, ou pela audição de grande número de exposições.
Por isso, se desejamos ser altamente abençoados, se realmente queremos aquele
supremo, uma experiência indescritível que lhe confere paz, alegria e bem-aventurança,
então devemos viver a vida como os grandes indivíduos viveram e nos ensinam.
Siga os passos dos grandes seres; viva até mesmo como eles viveram, e você
alcançará o mesmo estado abençoado e divina perfeição, e libertação. Assim nos foi
dito.
Às
vezes surge o pensamento: “qual a finalidade de tanto discurso e tanto
falatório. Dakshinamurti ensinava em silencio; o grande mestre Jesus não se
dirigia a grandes audiência – todo o registro de suas palavras cabem num livreto;
o Senhor Buda viveu mais tempo e muitas palavras foram escritas sobre Sua vida
e passagens, mas Seus verdadeiros ensinamentos somente preenchem um pequeno
volume.” Mas, então, seus ensinamentos foram armazenados nos corações humanos e
novamente são revividos, imbuídos com nova força com o passar do tempo. Pois
seus ensinamentos eram práticas. Nova vida tem sido continuamente dada a seus
ensinamentos, infundidos neles, por aqueles que sabiam que é o que somos e o
que fazemos que produz resultados. São aqueles que deram o passo de se fazerem
a si mesmo personificações desses grandes ensinamentos, praticando-os em toda
sua extensão em suas vidas ativas, no dia a dia da vida, que tornaram suas
palavras uma realidade vivida por nós ainda hoje.
Reflita bem! Os Upanishads são volumes muito finos – alguns com dezoito versos, outros com vinte e quatro. Mas eles compreendem a quintessência da antiga, imemorial sabedoria que tem sido nossa herança. Quando consideramos essas realidades, começamos a corretamente sentir que dizer muito é supérfluo, e que mesmo um pouco é a essência da vida espiritual. Sendo e fazendo, portando, conta na vida espiritual acima de toda as coisas conhecidas.
A erudição é admirável. Uma grande quantidade
de aprendizado e conhecimento não é mal. Mas certamente o indivíduo deve ver
que não é suficiente. Que esta percepção, esta compreensão nos direcione avante
para a maior ação, para a prática da vida espiritual, para a vida ativa de
ensinamentos dos grandes mestres. Isto é a única coisa necessária. Possa a
graça do Divino nos permitir atingir a suprema benção através da prática
espiritual da vida – através da vida divina na prática diária!
(Extraído de sivanandaonline.org - tradução livre)
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