Os Dois Eixos do Auto-Conhecimento

O homem não pode conhecer a si mesmo, salvo Por meio da meditação, através de profundo mergulho nas tranquilas câmaras do coração e um olhar direto no espelho da vida interior. Para ter uma compreensão abrangente do que somos, devemos gravar em nossa mente dois fatos, ou seja, a existência da Realidade Eterna, e a unidade radical de todas as manifestações da estrela à forma mineral, da natureza inanimada à vida organizada. Cada ser humano é uma manifestação do Senhor; e, portanto, é possível a cada um torna-se uno com o Infinito. A reflexão sobre as verdades acima da existência essencial gera fé e convicção. A visão direta da Realidade suplanta toda vã argumentação. Com a realização da verdade tudo se torna mais claro e auto-explicado.

(Daily Readings - Swami Sivananda - p. 78/79)

A Prescrição Delphica

A maior contribuição da cultura grega para o mundo do pensamento superior é a prescrição Delphica, Conheça a Ti Mesmo. É em torno desse Auto-Conhecimento que todas as filosofias, religiões monistas e ciências espirituais giram em torno. O auto-conhecimento é na India, Autorrealização. É Auto-Experiência. O Auto-Conhecimento não é adquirido através de qualquer processo intelectual ou oculto. É o conhecimento por Identidade. Os que conhecem a si mesmos são aqueles que conscientemente contataram o Reino do Céu presente no coração de todos.

(Daily Readings - Swami Sivananda - p. 78)

Movimentos Dinâmicos da Reflexão Espiritual

Em meio à agitação barulhenta das atividades mundanas, surgem momentos de tranquilidade e paz, quando a mente por  um tempo, embora curto, eleva-se acima das impuras coisas mundanas e reflete sobre os mais elevados problemas da vida, como, "De onde? Onde? Para Onde? O Porquê do Universo? Quem Sou?" o inquiridor sincero torna-se sério e prossegue com suas reflexões. Ele começa a buscar e compreender a Verdade. A discriminação desponta em sua vida. Ele busca Vairagya, concentração, meditação e purificação da mente e do corpo e afinal atinge o mais elevado conhecimento do Self.

(Daily Readings - Swami Sivananda - p. 77/78)

Percepção Direta e Atividade Conceitual

Intuição é o conhecimento imediato em contraste com o conhecimento mediato. Intuição é apenas o meio pelo qual o Absoluto pode ser realizado e experienciado em toda sua totalidade e integralidade. Os sentidos mortais limitados e o intelecto finito não são capazes de compreender a onipresente Realidade. A razão lhe dá apenas o conhecimeto conceitual, e o conhecimento conceitual não lhe dá o conhecimento da Realidade em seu todo, em sua totalidade ele apenas divide, fragmenta e quebra as coisas em pedaços.

(Daily Readings - Swami Sivananda - p. 79)

Padrões Antigos e Medidas Modernas

A era do Upanishad foi um tempo de percepção intuitiva. Foi uma era quando a experiência intuitiva era garantia da Verdade. Todavia a era moderna é uma era de questionamentos e críticas. Hoje o que garante a verdade é o teste da percepção sensorial. Aquela em que o homem pode perceber através dos órgãos dos sentidos ou conhecer através de seu intelecto, que ele aceita como a realidade. Aquela na qual os sentidos não podem perceber ele rejeita como sendo duvidoso. Logo, muitos dos preciosos elementos de nossa herança cultural antiga têm sido rejeitados e colocados de lado como sendo superstição.

(Daily Readings - Swami Sivananda - p. 77)

A Definição de Intuição

Intuição é uma consciência ativa oculta da bem aventurança do Self imortal interior. É o olho da sabedoria através do qual o sábio claramente vê em tudo a Presença  invisível da Realidade. Na terminologia sânscrita, é chamada Divya Chakshus, Prajn Chakshus, Jnana Sakshus, por meio do qual o Yogi ou o Sábio experiencia a visão suprema do onipresente Brahman. Ela corresponde o Brahmakara Vritti do Vedantins. É o terceiro olho espiritual dos Yogins.

(Daily Readings - Swami Sivananda - p. 76)

O Discernimento Intuitivo e os Esforços às Cegas

Intuição, discernimento intuitivo, de fato é somente a pedra de toque da filosofia. O método da intuição é apenas o método de discernimento da Verdade em última análise.   Sem o desenvolvimento da intuição o homem intelectual permanece imperfeito e cego para a Verdade por trás das aparências. Na luz do desenvolvimento da intuição todas as outras filosofias parecem ser conversas interessantes, ensaios engraçados, tentativas humoradas do jogo chamado "Blefe do Cego". 

(Daily Readings - Swami Sivananda - p. 76)