YOGA, SEU SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA
PARA A SAÚDE
Swami Chidananda*
A relização
em Deus é um património e um direito para a humanidade de todas as eras. Os
santos e sábios do passado descobriram que o objetivo último da vida humana
é atingir a Perfeição ou, em outras palavras,
a realização em Deus. E essa descoberta feita por eles através de suas próprias
buscas e lutas, posteriormente foi sistematizada num método científico de
realização. O que eles atingiram através da luta espontânea, experiência e
erro, por assim dizer, e evoluindo de uma verdade menor para uma verdade maior
(isso, em última análise para o nosso benefício), eles sistematizaram um método
científico de autodescoberta e realização – um sistema, um método, uma série de
práticas, que no leva da ignorância para a luz do conhecimento, da morte e da
mortalidade para a imortalidade e vida eterna, da tristeza e do sofrimento para
um estado de felicidade absoluta, satisfação eterna, destemor e liberdade - (Paramananda
Prapti-Sarvaduhkha Nivritti). Este sistema científico por eles desenvolvido
e transmitido para a posteridade é o que conhecemos por Yoga.
Esses grandes seres, esses intrépidos pesquisadores do reino interior
do ser espiritual do homem, essas
grandes almas foram capazes de ultrapassar
a morte, a dor e o sofrimento. Ao atingirem um estado de
realização e iluminação, eles enviaram um chamado
ao homem. Eles disseram: “Ei vocês mortais, labutando e chorando
neste vale de lágrimas, neste
mundo de nomes e formas fugazes, neste mundo de transitoriedade, mutável,
de objetos perecíveis, não chorem, não tenham medo! Nós encontramos uma solução para o problema
das dores e do medo da morte pelo homem. Fomos além
da tristeza e experimentamos o brilho do
sol eterno, alcançamos aquilo que torna o homem livre e liberado, que
torna o homem destemido, que o torna preenchido com felicidade e paz. Nós
mostraremos a vocês o caminho, diremos a vocês o caminho. O que conseguimos, vocês também podem
conseguir.” Então, eles enviaram àhumanidade – não a nenhuma nação ou raça em especial,
não a um grupo ou religião específica. Eles disseram: “Oh homem, Oh mortal,
venha, venha, ouça! Nós proclamamos de forma sucinta e breve o seu
maior bem-estar. Estivemos cara a cara
com o Ser radiante, além da morte, além da ignorância,
atingimos Aquele que se tornou imortal. Brahman,
a Realidade Suprema, o Deus Supremo de
todas as religiões, Ele, que é adorado como
Alá, como Jeová,
como o Pai Todo-Poderoso no Céu, como Ahuramazda, como
Omkara, Ele, o Ser, O Sem Nome, -
estivemos cara a cara com Ele. Você
também pode alcançá-Lo. Venha, venha! " Assim, esses grandes seres, grandes sábios iluminados convocam o homem.
Yoga é um
método prático para se atingir este estado de suprema bem-aventurança. Quem não
deseja superar a tristeza e o sofrimento? Quem não deseja atingir um estado de
imortalidade? Aqui a própria morte é ignorada. A morte torna-se
objeto de riso. Quem não deseja atingir um estado de profunda serenidade
e paz, longe de todo desassossego,
agitação, preocupações e tensões e ansiedades da vida –
uma profunda paz incapaz de ser abalada por qualquer coisa e uma felicidade
que é perene, inesgotável,
que nada pode mudar, nada pode tirar do indivíduo? Não é a
felicidade a busca universal do homem?
Vá a qualquer parte do mundo e pergunte a qualquer indivíduo.
Não importa quanta diferença possa
existir entre os homens – eles podem divergir em tudo – mas a este respeito
todos são unânimes. Todos desejam evitar a dor e o sofrimento. Qualquer pessoa
quer alcançar, se possível, um estado perfeito de felicidade
contínua, que não termina, que não seja meramente temporária, mas para sempre.
Esta é uma busca universal de todo homem. Ninguém quer sofrer, ninguém
quer dor e tristeza – seja ele oriental
ou ocidental, um
homem de religião cristã ou um islâmico, hindu ou budista,
um judeu ou um parsi, um taoísta ou xintoísta,
um católico ou comunista. Cada raça, cada casta, todos os credos, todas as
religiões estão ligadas por este mesmo desejo universal
que é evitar a dor e o sofrimento. Eles querem evitá-los e querem felicidade. Em
resposta a esse anseio universal
do ser humano, de natureza humana, surgiu esta grande solução. Sim, existe uma experiência,
existe para você alcançar um plano de consciência, alcançar aquilo que você vem
buscando desde o nascimento e tem falhado em descobrir neste mundo temporário
de nomes e formas. Não é utopia. Não é fantasia ou imaginação que está além do
alcance do homem. Isto é fato. Isto é uma experiência real, paz verdadeira e
duradora, verdade e felicidade eterna, uma felicidade perfeita que nunca se
acaba. É completa libertação da tristeza, da dor e do sofrimento, e total satisfação, um sentimento de
abundância, um sentimento de absoluta plenitude. E, na realidade, isto é a sua verdadeira
natureza. Isto é seu direito por nascimento. O homem não
foi enviado a este mundo para sofrer,
chorar, lamentar e morrer. A ele
foi deixado escolher: você quer permanecer sempre na escravidão, como um escravo dos sentidos, um escravo dos desejos,
um escravo dos desejos íntimos da mente, ou você quer sair
dessa jaula de escravidão
do seu eu inferior e entrar no reino de liberdade absoluta, aqui mesmo? Este estado de perfeita experiência não é algo para ser visualizado como algo num futuro remoto,
algo que você poderá alcançar somente depois que morrer e for embora. Esta experiência está ao alcance de qualquer um que lute por ela e que
seja realmente sincero e
honestamente se esforce para
isso. Aqui e agora, neste corpo,
neste reino físico, material, é
possível. Esse é o objetivo do Yoga
- beatitude-libertação, ainda em vida, Jivanmukti, a
transcendência da tristeza e da dor e
alcance de um estado de serenidade
que não é afetado por qualquer coisa
exterior.
"Samatvam Yoga Uchyate" – que venha o sucesso ou o fracasso, a
honra ou a desonra, quente ou frio, tristeza ou alegria, não importa. Seja o
que for, não é afetado. Permanecemos o mesmo quando atingimos o estado de divindade, firmeza.
Então, a paz interior do indivíduo não é afetada por
qualquer coisa. As dualidades (Dvandvas), que formam o que chamamos por vida, os altos e baixos, elas deixam o Yogi que está bem estabelecido no Yoga, absolutamente inalteradas. E se você quiser alcançar este estado de serenidade absoluta interior, você deve saber como se
conduzir na vida. Você deve
mover-se em meio a esses objetos dos sentidos, em meio a essas várias vicissitudes do dia-a-dia, com sabedoria, com discriminação e desapego interior. Estar no mundo, mas
não ser do mundo. Envolva-se no fenômeno, não permita que o fenômeno o
capture e o aprisione. Vá se movendo
neste mundo de objetos dos sentidos
como um mestre, não como um escravo
sucumbindo às tentações de cada pequeno fascínio e puxão externo dos objetos dos sentidos, cores, sons e sabores. Seja sempre um mestre, sabendo como lidar
com eles, com o autocontrole intacto. Você deve saber como se mover em meio a esses objetos, com discriminação, sabedoria e habilidade,
em atividade, mas com desapego interior.
"Yogah karmasu Kausalam" - Yoga é habilidade em ação, para não se envolver em confusão nesta vida iludido pelo
apego, paixão cega, enlouquecendo com desejos e anseios por experiências sensuais e prazeres sensoriais. Apenas mova-se para sua natureza
superior, sempre tentando manter-se naquela
natureza superior, ainda que totalmente assoberbado pelas obrigações da vida. Elas devem ser cumpridas. Cumpra com
todos os deveres que lhe forem
submetidos de acordo com posição em que você foi colocado pela Providência. No entanto, mantenha sua liberdade
e integridade no ambiente exterior e na presença de
pessoas e coisas. Isso é habilidade em ação. Isto
é Yoga; estar no mundo, mas mesmo assim não ser do mundo.
Se você desejar fazer isso, se quiser manter-se desapegado no meio desses
atraentes objetos e quiser se manter naquela "estabilidade interior", você
deve aprender como disciplinar a mente. Apego, assim
como desapego, são estados mentais. Para
facilmente ficar agitado e chateado com
cada pequena coisa, cada pequena ocorrência, ou tornar-se firme, inalterado, calmo,
sereno, - tudo é uma questão do estado
da mente. Portanto, a disciplina
da mente e o treino gradual para
alcançar o estado de impertubável serenidade através de uma determinada série de técnicas, gradualmente altera sua
natureza. A mente é naturalmente inquieta. A natureza da mente é agitada.
Ela está sempre em atividade. A mente desconhece a
tranquilidade. Porque é da sua própria natureza. Assim como é da natureza do fogo queimar, da água fluir, do vento
soprar, é da natureza da mente estar sempre inquieta, sempre agitada. Por quê? Porque
ela é dotada de uma certa
percentagem do guna Rajas, cuja característica é a agitação,
atividade incansável. O Criador fez dessa forma. E assim, você deve mudar a natureza de sua mente.
A mente instável é comparável ao mercúrio. Uma das maiores escrituras do Yoga, que descreve todos os diferentes métodos para disciplinar a mente, em determinada parte declara ser possível que o homem controle o vento e faça-o cessar, mas é difícil controlar a mente. A mente é ainda mais difícil de controlar do que o próprio vento. Quando isso foi dito, o grande Mestre disse ao discípulo: "Assim, você deve controlar a mente, torná-la tranqüila, trazê-la a um estado de equanimidade, direcioná-la para a realidade eterna e meditar nela. Então, você vai superar toda dor e sofrimento " O discípulo então diz:". Você está explicando um método muito bom. Mas acho que é inútil você explicar o método, porque esta mente que você me pede para disciplinar de tal forma, controlá-la, unificá-la e direcioná-la em meditação, é impossível de controlar." Quando o discípulo contraria a posição do mestre, este não discorda totalmente. Ele diz: "Você está certo. Sem dúvida, é muito difícil controlar a mente. Não é fácil, eu concordo. Eu admito, porque sei. Mas, no entanto, não é impossível. É possível conquistar esta mente quase invencível. É muito difícil, mas é possível. E a única maneira de controlar e disciplinar essa mente e torná-la completamente obediente a você e chegar a um estado de calma e descanso, é nunca desistir do esforço. Esta é a única prescrição. Continue. Vá tentando, tentando, tentando. Nunca desista. Não existe a palavra 'impossível', no dicionário do Yoga e do buscador sincero. É persistindo e perseverando em sua tentativa, dia após dia, sem perder um único dia. Regularmente persistindo e perseverando nesta disciplina de aquietar e controlar a mente e mantendo-a mais calma obterá sucesso. Mas, uma palavra de cautela: enquanto você mantiver nesse processo de persistir e perseverar na tentativa de controlar a mente, não faça coisas na sua vida que tendem a tornar a mente mais inquieta. Senão você estará anulando o seu próprio esforço. De um lado você estará durante toda uma vida tentando controlar a mente, e de outro lado durante toda uma vida tentando fazer todas as coisas que tornam a mente ainda mais inquieta. Então, você estará alimentando o fogo, colocando gasolina de um lado, e despejando água e extinguindo o fogo de outro lado. Este não é o caminho. No sul da Índia tem um provérbio que diz: “Ele belisca a criança no berço e tenta fazer com que ela não chore." Isso é algo que você não deve fazer com você mesmo. Como você está tentando disciplinar a mente, diariamente reservando um tempo para sentar-se calmamente, deixando os pensamentos do mundo, internalizando sua consciência e tentando ficar em silêncio, com a ajuda da visualização do seu conceito de Deus e da repetição do Nome Divino, com a ajuda de oração ou um treino contínuo de pensamentos semelhantes - todos eles relacionados com o objeto centralizado,- deixe sua vida exterior, normal, do dia-a-dia ser de forma que ajude e favoreça esta disciplina interior que você está tentando progredir. Não permita pensamentos contrários na mente.
Suponha que você esteja tentando controlar a mente e
ao mesmo tempo goste muito de beber ou
tagarelar, ao mesmo tempo que não consegue ficar sem ler o jornal do início ao
fim, todo dia você deseja preencher sua mente com incontáveis idéias, coisas
que não lhe dizem respeito, ouve todos os programas no
rádio, habitualmente, - o que acontece é: você coloca a sua mente girando como uma roda todo dia. Fazendo tudo isso você aumenta os Samskaras, trazendo incontáveis
impressões para este ligeiro caleidoscópio, do fenômeno do
mundo exterior. Tente manter a mente interiorizada.
Tente diminuir as atividades desnecessárias,
coisas que você passa melhor sem elas. Cuide para que os
sentidos não fiquem muito direcionados para o fenomênico
mundo exterior. Controle seus
desejos e apetites. Tente observar para
que você não coloque combustível no fogo, entregando-se à indulgência muitos prazeres sensoriais. Isso torna a mente inquieta, porque quanto
mais você desfruta do gozo dos sentidos, mais desejos são criados em você e a mente se torna cada vez mais inquieta. Portanto, de
um lado você cerca a mente controlando os sentidos e de outro
lado simplifica a sua vida, reduzindo os seus desejos, limitando seus desejos
e se envolvendo nesta disciplina.
Persevere na disciplina, dia após dia,
com infalível regularidade ao mesmo
tempo que leva uma vida exterior caracterizada
por contenção, moderação, simplicidade
e um certo nível de auto-negação.
Estas são todas as características de um
ser humano culto civilizado.
O que caracteriza a
cultura? É a capacidade do indivíduo se autocontrolar..
É a essência da educação, ela
ensina a pessoa a se manter sob sua própria auto-gestão, autocontrole. Para ser capaz de
administrar a própria vida, -
que é a essência da educação. É a base da civilização real. Qual é a diferença entre uma pessoa não civilizada e uma pessoa civilizada? Uma pessoa civilizada é autocontrolada.
Ele pode controlar a si própria. Se a sua vida exterior for caracterizada por moderação, simplicidade, autocontrole, então dia a dia, sua
prática, seu exercício e disciplina
da mente começam a dar provas. Eles começam a ter
sucesso e progredir. E virá um
dia em que você terá domínio sobre a sua mente. Quando esse dia de perfeito domínio sobre
sua mente vier ela torna-se calma e unificada. Esta mente unificada
fica concentrada sobre a Eterna
Realidade. Quando todos as incessantes
atividades de pensamento da mente estão totalmente
sob seu controle, em seguida,
você entra em estado de Yoga, - "Yogaschittavrittinirodhah", que
significa que o Yoga é o controle
das modificações agitadas da mente. Desejo, pensamentos inquietos, raiva, inveja, ciúme, paixão, temperamento,
Raga-Dvesha (gostos
e aversões), abomine, - todas essas modificações da mente.
Uma vez que você seja capaz de disciplinar e controlar a mente, então você consegue domínar
sua natureza inferior e suas
manifestações na forma desses traços
negativos. Isso quer dizer que disciplinando sua mente, você desenvolve o caráter. A
mente não exerce mais controle sobre você. Você controla a
mente. A mente não pode empurrá-lo para que você se torne seu diretor.
Você tem o poder de discriminar o que é sabedoria e o que não é sabedoria, o que é
mundano e o que não é mundano, o que é bom e o que não é, o que é nobre e o que é ignóbil. Você
é capaz de rejeitar o que é ignóbil,
indigno e impuro e selecionar e ajustar essa
linha de ação que o eleve.
Pois, em todos os momentos, dia após dia, em sua própria casa, em
suas próprias relações com sua própria
família, em seu próprio campo profissional,
duas possibilidades sempre se apresentarão diante de você.Uma forma é simplesmente agradável e muito atraente. A outra maneira, eleva você, enobrece-o, leva-o para um nível mais alto de vida que, em
última análise, leva-o para o seu maior
bem-estar. Um ser humano normal, indiscriminado,
sem autocontrole, a cada momento,
é puxado para o que é apenas agradável e atraente.
E ele se torna vítima de seus próprios desejos sensuais, paixões e desejos. Esse é o caminho
da degeneração. Essa é a maior forma de
escravidão e ignorância. Mas quem disciplinaa a mente
e controla seus caprichos,
é capaz de discriminar e afastar-se
intencionalmente e de forma decidida do que é meramente agradável e atraente e avançar
para o que seja bom.
O que é atraente e agradável, não significa necessariamente
que seja bom para você. Aquilo que é realmente bom leva você em
direção ao seu bem-estar. Pode
não ser necessariamente agradável.
Pode ser difícil. Mas a discriminação lhe diz que, aquilo que é difícil
pode no final das contas levar você em
direção ao que seja bom para você. Ele vai elevá-lo e ao final irá levá-lo
a atingir o objetivo. Isto é Yoga: domínio
da mente, desenvolvimento do caráter, pensar claramente,
rejeitando o que seja meramente agradável
e atraente, mas que lhe traz
profunda escravidão, e
resolutamente selecionando e aceitando
o modo de conduta que daquela forma eleva
sua vida cada vez mais. Pois, no
contexto final, o Yoga é o
processo de mudança em direção à
perfeição divina. Dentro de você
existe uma essência divina, que é a sua verdadeira natureza, a natureza
real. Você não é apenas
este complexo corpo-mente que
o mundo considera como uma
personalidade. Este nome e forma,
este corpo e mente, os pensamentos e
negócios, não são a sua verdadeira natureza. O corpo é apenas uma moradia e a mente é apenas seu instrumento através do qual você pensa e se expressa. O intelecto é
também um instrumento utilizado para alcançar o
conhecimento do universo externo,
para refletir sobre o propósito e
significado da vida, para viver de
forma inteligente e com sabedoria para alcançar a meta da vida. Todos estes três, viz., O corpo, a mente
e o intelecto, portanto, são
instrumentos ou fatores com os
quais vocês foram dotados, que Deus lhe deu para fazer uso, para ser utilizado de forma sábia. Mas,
além desses três, você continua sendo uma centelha eterna, espirito eterno, com a
divindade inerente a você.
Yoga é a
manifestação daquilo que está em seu interior que é divino,
que é Verdadeiro self. Você está entrando em si mesmo,
você está despertando para atingir o
estado de Autoconsciência. Você se torna consciente: "Eu sou o imortal Atman. Sou Felicidade. Não sou essa gaiola de
carne e ossos. Eu não sou essa
mente inquieta, impura, cheia de egoísmo, cheia de ego, inchada de
vaidade, cheia de raiva e
paixões, medos e preocupações. Não sou este intelecto limitado, propenso a tanto erro, tanta
confusão, finito e limitado. Sou essência
imperecível e imortal. Distinto
dessa mente inquieta e impura. Sou o sempre puro e pacífico Atman.
Distinto desse presente instrumento
finito e imperfeito do intelecto, esta faculdade de raciocínio,
Sou infinito, todo-perfeito, sempre pleno e completo Atman, Espírito, um centro de consciência
espiritual, caracterizado por sabedoria,
paz e pureza, Anadi-Ananta sobre o qual,
em tom comovente, o Bhagavad-Gita
declara: "Ajo Nityah sasvatoyam purano, Na Hanyate
Hanyamane Sarire - nascido, eterno, permanente, antigo e
atemporal é este Ser dentro do corpo, que não é destruído quando o corpo morre."
Nada pode tocá-lo. Você é um espírito imortal. Você de alguma forma perdeu
essa consciência. Você está vivendo nessa consciência? Você está ciente de que você é um espírito imortal? Não há começo nem fim, nada pode tocá-lo, morte e o nascimento não tem nenhum significado para você. É
apenas algo que tem a ver com o corpo.
"Eu sou não nascido, sem morte, imortal,
inextinguível e indestrutível", - que estado
sublime! Mesmo se um pouco dessa consciência chegasse até você, o
quão destemido você seria, como você seria perfeitamente livre
de ansiedade e medo! Você se tornará a testemunha de todas as mudanças que ocorrem no seu interior. Você será a intocável
Testemunha das diferentes condições do mundo, dor e prazer, quente ou frio.
Você se tornará aquela Testemunha das condições de mudança da mente. Se a mente está tranquila ou agitada, você
estará longe. Se a mente for subitamente tomada por paixões,
você vai sentar e dizer: "Não, eu sou o sempre puro, imaculado Atman. Repulsa
ou paixão é algo que está
acontecendo na mente. Eu não me
associo com ela. Eu sou o sempre puro Atman." Então você desenvolve uma nova consciência e uma nova percepção,
onde você é capaz de ser a testemunha independente, não afetada pelas mudanças
de sua mente. Isto é vida verdadeira.
(Extraído do Livro Guidelines to Ullumination
p. 77)
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