segunda-feira, 26 de junho de 2017
terça-feira, 6 de junho de 2017
31 . É O QUE VOCÊ É E FAZ QUE CONTA
É
o que você é que conta aos olhos de Deus. É o que você faz que frutifica, não
aquilo que você conhece. Você possivelmente deve conhecer a estória de Narada
que não tinha paz de espírito mesmo quando pensava que soubesse tudo que
pudesse ser conhecido. Ele levou seu problema a Santkumara: “Aprendi tudo que
pudesse ser aprendido. Possuo um vasto conhecimento, mas contudo, estou
sofrendo, não tenho descanso ou paz interior.” Sanatkumara respondeu, “O que
você estudou? O que você aprendeu? Que conhecimento adquiriu?” A resposta de
Narada foi uma narrativa de todos os livros sagrados que então existia. Então
Narada disse, “Seus estudos são admiráveis, seu conhecimento é louvável, mas o
Supremo é alcançada vivendo a vida indicada nas escrituras.” O Atman não pode
ser aprendido através de discursos, ou pela audição de grande número de exposições.
Por isso, se desejamos ser altamente abençoados, se realmente queremos aquele
supremo, uma experiência indescritível que lhe confere paz, alegria e bem-aventurança,
então devemos viver a vida como os grandes indivíduos viveram e nos ensinam.
Siga os passos dos grandes seres; viva até mesmo como eles viveram, e você
alcançará o mesmo estado abençoado e divina perfeição, e libertação. Assim nos foi
dito.
Às
vezes surge o pensamento: “qual a finalidade de tanto discurso e tanto
falatório. Dakshinamurti ensinava em silencio; o grande mestre Jesus não se
dirigia a grandes audiência – todo o registro de suas palavras cabem num livreto;
o Senhor Buda viveu mais tempo e muitas palavras foram escritas sobre Sua vida
e passagens, mas Seus verdadeiros ensinamentos somente preenchem um pequeno
volume.” Mas, então, seus ensinamentos foram armazenados nos corações humanos e
novamente são revividos, imbuídos com nova força com o passar do tempo. Pois
seus ensinamentos eram práticas. Nova vida tem sido continuamente dada a seus
ensinamentos, infundidos neles, por aqueles que sabiam que é o que somos e o
que fazemos que produz resultados. São aqueles que deram o passo de se fazerem
a si mesmo personificações desses grandes ensinamentos, praticando-os em toda
sua extensão em suas vidas ativas, no dia a dia da vida, que tornaram suas
palavras uma realidade vivida por nós ainda hoje.
terça-feira, 23 de maio de 2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
30. Permaneça em Si Mesmo
A
parte mais íntima de seu ser, a essência real, o princípio fundamental e eterno
de seu ser é idêntico ao supremo e cósmico Espírito Divino universal. Não é de
modo algum diferente, pois o Espírito Universal é a fonte, o substrato e a
plenitude, o próprio material da alma individual. Mas algo foi acrescentado a
ele, então há uma dualidade. Os fatores acrescentados não alteram de modo algum
a divindade essencial e mais íntima do Princípio Divino. Ele permanece o mesmo,
invariável. Pois é a realidade, e a realidade não muda. A realidade é sempre a
mesma. Há dentro de você uma realidade imutável, além de um aditivo temporário,
em constante mudança, que limita sua consciência, o torna incapaz de sentir sua
realidade em toda sua glória e grandeza. Esses fatores adicionados que limitam
seu Eu real são referidos como acessórios limitadores ou upadhis. São os cinco órgãos da ação, os cinco pranas, os cinco órgãos internos da percepção e o quádruplo instrumento
interno do pensamento, sentimento, memória e intelecto.
Você
deve ser capaz de perceber claramente essa dualidade. Nisto reside a chave para
a libertação e bem-aventurança. Nisto reside a solução para todos os problemas
que você pode estar enfrentando. Pois, praticamente tudo o que irá molestar,
aborrecer e incomodar está na parte do seu ser constituída por esses acessórios
limitadores. Em seu verdadeiro Eu, a parte interna de sua dualidade, não existe
problema, nenhum problema de qualquer tipo. Essa parte mais íntima é um centro
de bem-aventurança, alegria, paz e serenidade. Lá você encontra a cessação de
todos os dissabores e tudo o que o faz sofrer. Eles não existem no seu Eu
verdadeiro. Eles são apenas o jogo, os vários humores e modos desta metade
exterior. Se você puder pensar profundamente sobre isso e perceber a verdade de
que tudo o que torna o ser humano miserável neste plano terrestre pertence
apenas à metade terrena desta dualidade, enquanto a solução para tudo isso está
na metade interior, na eterna e espiritual metade divina desta dualidade, você irá
perceber de repente com surpresa, que dentro do problema está a solução. De
repente você se alegrará na realização; "Para todos as moléstias que estou
sofrendo, eu sou a solução, eu sou a solução! Se eu praticar a sadhana de ser eu mesmo, de permanecer
na minha realidade, então eu estou aplicando a solução e solucionando todos os
problemas. Esta sadhana de ser Eu mesmo,
num instante irá me libertar de tudo que constitui este samsara ".
terça-feira, 16 de maio de 2017
quinta-feira, 4 de maio de 2017
29. O Reino dos 10.000 Despertares
Tempos
atrás, havia um escritor que viajava com frequência a Índia e que uma vez veio visitar
o Ashram. O título de um de seus livros era “A Terra de 10.000 Budas”. Um
título significativo! Sabemos de apenas um Buda, o único histórico
"Despertado", que fez seu advento há mais de 2.500 anos. Ele nasceu
em uma família real, cresceu em luxo, se casou com uma bela princesa e tiveram
um menino. Não se podia imaginar uma vida mais idílica. No entanto, lentamente,
um despertar surgiu em seu coração e mente. Ele teve visões que o colocaram pensando
profundamente na vida e no que ela representa. Todo o seu ser foi incendiado por
esta luz de despertar, enquanto ele ponderava profundamente o que tinha visto e
o que ele tinha sido capaz de sentir e entender. O momento de virada lançou-o num
vasto reino numa busca ao desconhecido. Da comodidade do luxo real, ele foi
para a floresta em busca de algo que o levaria além da tristeza. O caminho deveria
levá-lo à bem-aventurança suprema onde a tristeza deixaria de existir. Pois ele
viu este mundo como uma bola de fogo quente dentro e por fora. Ele percebeu que
não existe um pingo de felicidade aqui. É um lugar de inveja, ciúme, ego,
raiva, frustração, ódio e uma centena desses estados.
Tais
estados psicológicos atormentam o Ser que, na verdade, está supremamente acima
e além desses estados, intocado por qualquer condição psicológica, a Realidade imutável
que é a grande quietude, a grande paz. Aquele Ser afastou-se dessa experiência
e envolveu-se em coisas que acontecem numa parte muito, muito mais profunda da
personalidade humana. O indivíduo afasta-se do seu centro e se enreda no
não-Eu. Sankaracharya descreve esse processo em sua grande e inspirada obra,
Vivekachudamani. Ao descer para um estado de identificação com o não-Ser, em
vez de permanecer sempre em seu próprio Ser, a consciência entra num plano
inferior devido à ilusão, devido à falta de discriminação correta, devido à
falta de distinção entre o eterno e o não-eterno. Devido a esse equívoco
original, esse pecado original de nos identificarmos com o não-Eu e de nos
envolver neste universo de "coisas", nos permitimos nos sujeitar às
aflições que surgem desse ego inexistente. O ego, que não é nada, parece ser
tudo por causa do poder que lhe é dado pela nossa identificação com ele.
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