terça-feira, 23 de maio de 2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
30. Permaneça em Si Mesmo
A
parte mais íntima de seu ser, a essência real, o princípio fundamental e eterno
de seu ser é idêntico ao supremo e cósmico Espírito Divino universal. Não é de
modo algum diferente, pois o Espírito Universal é a fonte, o substrato e a
plenitude, o próprio material da alma individual. Mas algo foi acrescentado a
ele, então há uma dualidade. Os fatores acrescentados não alteram de modo algum
a divindade essencial e mais íntima do Princípio Divino. Ele permanece o mesmo,
invariável. Pois é a realidade, e a realidade não muda. A realidade é sempre a
mesma. Há dentro de você uma realidade imutável, além de um aditivo temporário,
em constante mudança, que limita sua consciência, o torna incapaz de sentir sua
realidade em toda sua glória e grandeza. Esses fatores adicionados que limitam
seu Eu real são referidos como acessórios limitadores ou upadhis. São os cinco órgãos da ação, os cinco pranas, os cinco órgãos internos da percepção e o quádruplo instrumento
interno do pensamento, sentimento, memória e intelecto.
Você
deve ser capaz de perceber claramente essa dualidade. Nisto reside a chave para
a libertação e bem-aventurança. Nisto reside a solução para todos os problemas
que você pode estar enfrentando. Pois, praticamente tudo o que irá molestar,
aborrecer e incomodar está na parte do seu ser constituída por esses acessórios
limitadores. Em seu verdadeiro Eu, a parte interna de sua dualidade, não existe
problema, nenhum problema de qualquer tipo. Essa parte mais íntima é um centro
de bem-aventurança, alegria, paz e serenidade. Lá você encontra a cessação de
todos os dissabores e tudo o que o faz sofrer. Eles não existem no seu Eu
verdadeiro. Eles são apenas o jogo, os vários humores e modos desta metade
exterior. Se você puder pensar profundamente sobre isso e perceber a verdade de
que tudo o que torna o ser humano miserável neste plano terrestre pertence
apenas à metade terrena desta dualidade, enquanto a solução para tudo isso está
na metade interior, na eterna e espiritual metade divina desta dualidade, você irá
perceber de repente com surpresa, que dentro do problema está a solução. De
repente você se alegrará na realização; "Para todos as moléstias que estou
sofrendo, eu sou a solução, eu sou a solução! Se eu praticar a sadhana de ser eu mesmo, de permanecer
na minha realidade, então eu estou aplicando a solução e solucionando todos os
problemas. Esta sadhana de ser Eu mesmo,
num instante irá me libertar de tudo que constitui este samsara ".
terça-feira, 16 de maio de 2017
quinta-feira, 4 de maio de 2017
29. O Reino dos 10.000 Despertares
Tempos
atrás, havia um escritor que viajava com frequência a Índia e que uma vez veio visitar
o Ashram. O título de um de seus livros era “A Terra de 10.000 Budas”. Um
título significativo! Sabemos de apenas um Buda, o único histórico
"Despertado", que fez seu advento há mais de 2.500 anos. Ele nasceu
em uma família real, cresceu em luxo, se casou com uma bela princesa e tiveram
um menino. Não se podia imaginar uma vida mais idílica. No entanto, lentamente,
um despertar surgiu em seu coração e mente. Ele teve visões que o colocaram pensando
profundamente na vida e no que ela representa. Todo o seu ser foi incendiado por
esta luz de despertar, enquanto ele ponderava profundamente o que tinha visto e
o que ele tinha sido capaz de sentir e entender. O momento de virada lançou-o num
vasto reino numa busca ao desconhecido. Da comodidade do luxo real, ele foi
para a floresta em busca de algo que o levaria além da tristeza. O caminho deveria
levá-lo à bem-aventurança suprema onde a tristeza deixaria de existir. Pois ele
viu este mundo como uma bola de fogo quente dentro e por fora. Ele percebeu que
não existe um pingo de felicidade aqui. É um lugar de inveja, ciúme, ego,
raiva, frustração, ódio e uma centena desses estados.
Tais
estados psicológicos atormentam o Ser que, na verdade, está supremamente acima
e além desses estados, intocado por qualquer condição psicológica, a Realidade imutável
que é a grande quietude, a grande paz. Aquele Ser afastou-se dessa experiência
e envolveu-se em coisas que acontecem numa parte muito, muito mais profunda da
personalidade humana. O indivíduo afasta-se do seu centro e se enreda no
não-Eu. Sankaracharya descreve esse processo em sua grande e inspirada obra,
Vivekachudamani. Ao descer para um estado de identificação com o não-Ser, em
vez de permanecer sempre em seu próprio Ser, a consciência entra num plano
inferior devido à ilusão, devido à falta de discriminação correta, devido à
falta de distinção entre o eterno e o não-eterno. Devido a esse equívoco
original, esse pecado original de nos identificarmos com o não-Eu e de nos
envolver neste universo de "coisas", nos permitimos nos sujeitar às
aflições que surgem desse ego inexistente. O ego, que não é nada, parece ser
tudo por causa do poder que lhe é dado pela nossa identificação com ele.
terça-feira, 2 de maio de 2017
28. Compreendendo - Thou Art That
Quando
os Upanishads se dirigirem a você e declaram: "Tu és Isso", deveria
estar muito claro em sua mente o que o termo 'Tu' significa. Então, apenas
quando isso for apreendido com clareza e receptividade sutil, você poderá
realmente e imediatamente entender o que 'Isso' significa e como essa relação
de unidade é possível. Se você achar que com o termo 'Tu' os Upanishads querem
dizer você que está ouvindo com seus ouvidos e tentando compreender com sua
mente e entender com seu intelecto, então o próprio propósito da declaração será
frustrado. Se para você o termo 'Tu' ainda parece significar uma entidade
física, isso significa que você ainda está se identificando com o corpo, mente
e intelecto. Enquanto você estiver nesse nível de compreensão, os Upanishads falharão
na missão, pois eles não estão se referindo a isso.
Quando
os Upanishads dizem 'Tu', eles não estão utilizando a linguagem humana, mas estão
tentando transmitir uma experiência divina. Eles não estão usando sânscrito,
inglês, hindi ou qualquer outra língua. Eles estão declarando uma experiência
que é imponderável, além do conhecimento da mente ou da apreensão da
inteligência, "de onde todo o discurso retorna à mente, sem conseguir
compreender". Então, se ao invés de tentar entender o termo "Tu"
nesse nível - onde a mente e o discurso não alcançam e retornam incapazes de
compreendê-lo - e você insiste em dar um significado num nível físico e
psicológico, então a implicação oculta de 'Tu' ainda não despontou em você.
Eles não estão dizendo que 'Sr. Fulano' é Brahman. Isso é uma coisa absurda.
terça-feira, 18 de abril de 2017
27. O Centro do Problema Espiritual
Qual
é o centro do problema espiritual da alma individual sobre este plano terreno,
que está em um estado de escravidão limitada à uma consciência individual? É
importante tentar compreender ou chegar à essência deste problema metafísico da
alma aprisionada numa estrutura feita de carne e ossos, presa numa rede de
pensamentos constantes e incessantes. Estes constituem uma malha interior na
qual somos capturados e mantidos firmemente, pois a identificação com as
dimensões psicofísicas de nossa personalidade é tão total, que se tornou
normal. Tornou-se a única consciência que conhecemos. Tornou-se nossa condição
natural, embora a psicologia védica a descrevesse como anormal. Ela é uma
aberração.
Swami
Vivekananda, tentando fazer sua plateia ocidental compreender este sutil ponto
metafísico indicou há cem anos atrás, utilizando o termo “des-hipnose.” Quando
eles sugerem que afirmações da Vedanta como “eu sou o Atman, sou imortal, sou
sem nome e forma,” fosse apenas uma
forma de auto hipnose, ele respondia: “Pelo contrário, temos sido hipnotizados pelo
pensamento, “eu sou este corpo, sou um ser humano, sou fulano e beltrano,
pertenço a este família e país.” O que a Vedanta pretende fazer é des-hipnotizá-lo
da condição de hipnotizado que você se tornou nascimento pós nascimento de errôneo
pensar.”
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