2.
Práticas Espirituais
Para aqueles
de vocês com suficiente tempo e interesse, sugerimos que vocês cliquem nos
links Teachings e Sadhana no topo da página e vá diretamente aos conteúdos
(sivanandaonline.org). Você poderia também ir diretamente aos links dos
ensinamentos de Swami Sivananda, Swami Chidananda e Swami Krishnananda e ver
todos os formidáveis ensinamentos que eles tinham com relação à prática
espiritual. Para os que não possuem tempo, acessem diretamente a tudo o que ora
fornecemos, o que se segue é um curto encapsulamento do material de informação
que você encontrará naquelas páginas.
O principal
da prática espiritual talvez seja o mais simples – apenas esteja interessado.
Esteja interessado em sua própria vida, isto é, o que ocorreu em sua vida no
passado exterior e também nos fenômenos de sua vida interior. Esteja
interessado na sua experiência, mas também na sua resposta a sua experiência.
Esteja interessado em descobrir a verdade sobre a natureza de seu próprio ser.
Esteja interessado em conhecer quem você é em todas as circunstâncias, e
especialmente quem você é quando está sob pressão. Quando, por exemplo, sua
experiência for um desejo esmagador ou sentir intensa emoção, como você
responde a elas? Esteja interessado em ver claramente, e a não ficar satisfeito
com suposições confortáveis e normas sociais.
Uma das
práticas espirituais mais respeitada é a arte da meditação. A mecânica básica
da postura confortável, mas com atenção ao alinhamento da coluna, regulação e
aprofundamento da respiração, e a restrição da mente contra o fluxo de
pensamentos e fixação em um ponto é bem conhecido são também bastante
conhecidas e discutidas em algum lugar. A ideia principal aqui é que a mente é
tão frequentemente inquieta e consumida por medo e desejo, e meditação é a
ciência de acalmar a mente para que esta agitação se torne mais silenciosa. Uma
vez que o indivíduo tenha iniciado a experiência, com a profundidade que a
meditação profunda traz, ele é capaz de começar a ver mais o que está além e os
incessantes trabalhos da mente. No início, a meditação pode provar ser difícil
e desencorajador, porque a mente não se acalma. O indivíduo deve perseverar;
mesmo que os benefícios possam não serem evidentes no início, no entanto eles
estarão lá. O indivíduo deve se sentar por algum tempo pela manhã, algo em
torno de 20-30 minutos, e então novamente à noite em torno da mesma duração e antes
que ele se torne muito cansado. O número de vezes que a pessoa se senta para
meditar e a duração podem ser aumentadas a medida que o indivíduo se torne mais
confortável com a prática.
Swami
Sivananda acreditava firmemente na regularidade da meditação e também na
manutenção da atitude contemplativa mesmo enquanto na vida diária do indivíduo.
Achamos que a mente se torna especialmente distraída quando estamos fazendo as
coisas na nossa vida, e para esta finalidade a repetição de um mantra pode ser
bastante útil, pois ela pode ser mental enquanto o indivíduo estiver envolvido
com as atividades exteriores. Ou, se o indivíduo não se auxiliar da prática do
mantra, pode ser simplesmente uma questão de cultivar a consciência profunda e
sem distrações no momento presente. Atenção na própria vida é como meditar de
olhos abertos. Práticas como yoga asanas
(posturas), pranayama (controle da
respiração) e estudo regular de literatura podem ser usadas para ajudar a
preparar e apoiar a prática da meditação.
Existem todo
tipo de temperamentos humanos e portanto todos tipos de práticas diferentes. Os
quatro maiores tipos do Yoga – Karma,
Bhakti, Jnana, e Raja estão
fundadas no fato de que diferentes personalidades e experiências requerem
diferentes métodos de abordagem. (Veja o link para Yoga para maiores informações). Gurudev acreditava ao mesmo tempo
que deveria existir uma conjugação dessas práticas na Yoga de Síntese. Sem negligenciar nenhuma outra área da prática ou
enfatizar demais outra área, o indivíduo pode sabiamente utilizar cada uma na
devida medida. Serviço desinteressado (Karma),
combinado com amor e devoção a Deus (Bhakti),
auxiliado por uma busca para o verdadeiro Conhecimento (Jnana), e disciplinado pelo autocontrole e prática avançada de meditação
(Raja Yoga) podem todas juntas conduzir o indivíduo em direção ao mais alto
objetivo da Yoga, que é a união com
Deus.
Existem
quatro palavras em Sânscrito iniciadas com a letra “S” que podem estar unidas
num pequeno e bonito “buquê Iogue:” santosha,
svadhyaya, satsanga, sadhana, e
samadhi. Santosha significa “contentamento,” mas não é o contentamento baseado
na satisfação de um desejo ou relaxamento num estado complacente. Se refere
contrariamente a uma paz duradoura que surge do repouso na própria natureza do
indivíduo. O pré-requisito para santosha
é a cultura da ética; o indivíduo deve viver uma vida moral e responsável que
reconhece o valor dos outros. A medida que o indivíduo supera os desejos
egoístas e medos do ego e as “doenças” que o acompanham, o indivíduo começa
naturalmente a experimentar uma paz que vem de seu interior profundo. Esta paz
(shanti em Sânscrito, outra palavra
com “S”!) é um atributo divino e jubiloso do estado natural do ser humano.
Svadhyaya é o estudo diário de textos espirituais ou palavras de santos realizados. (Ela pode ser também, num sentido amplo do uso da palavra, auto estudo mediante a inquirição (chamado vichara) sobre a natureza do Self superior. Ela pode tomar a forma de persistente questionamento, “Quem sou eu,” ou alguma outra investigação introspectiva interior.) O exercício não é uma leitura casual ou um pensamento desleixado onde não exista um real envolvimento. O indivíduo estuda esses grandes textos porque eles devem se aplicar a própria vida do indivíduo. Não lemos meramente para engordar a mente e o ego, mas ao contrário, como um meio de trazer mudanças fundamentais em nós mesmos. Na tradição indiana, tais escrituras como o Bhagavad Gita, os Upanishads, o Ramayana, e o Srimad Bhagavatan devem ser intensamente estudadas. Entretanto, esses livros podem não corresponder à sua experiência e interesse. Nesse caso, você deve buscar diligentemente por grandes trabalhos inspiradores em sua própria tradição e tentar ler um pouco cada dia.
A terceira
palavra é satsanga (associação com o
sábio). O maior aprendizado é a vida dos próprios santos e sábios, e a
possibilidade de estar na presença deles é considerado uma grande benção. Este
tipo de associação com o sábio serve para elevar a mente e dar encorajamento ao
buscador espiritual. O indivíduo em última análise também espera encontrar uma
pessoa iluminada como seu guru, por isso é através da satsanga com o guru que a maior instrução é recebida – seja na
forma de palavra ou não. Se tal companhia elevada não estiver disponível, a satsanga também pode significar a
reunião de devotos sob apoio e instrução de outro. (“Onde
dois ou mais de vocês estiverem reunidos em meu nome, lá também estarei,” disse
o Senhor Jesus.) Se não houver disponibilidade daqueles dois, o indivíduo poderá
ter satsanga através de grandes
textos ou através da invocação da deidade num mantra ou oração.
Sadhana é uma palavra que engloba todas as outras para
significar “prática espiritual”. A essência da prática espiritual é que
realmente a praticamos! Não é construindo castelos no ar e ficar imaginando que
estamos “praticando” quando estamos na verdade fazendo tudo aquilo que
gostamos. A verdadeira sadhana
acontece porque a intenção do indivíduo é clara – “quero realizar Deus nesta
vida, e não serei dissuadido de meu objetivo.” Persistentemente, sem oscilação
e com impressionante perseverança o indivíduo se recusa a desistir até que o
objetivo final seja alcançado. Qualquer que seja a prática individual, a chave
é que ela seja conduzida com confiança e entusiasmo.
O
termo final à primeira vista não é aquele que normalmente poderia estar numa
introdução para iniciantes. É samadhi
e significa “União com Deus.” O que um buscador a longo prazo, muito menos um
novato, pode tirar de um conceito como este? Samadhi significa absorção no verdadeiro Self no qual o ego
individual funde-se com o Eterno. Quem é capaz de conceber um estado como este?
A própria ideia nos faz fugir de medo! “Oh meu Deus, desistir de meu ego! Não,
obrigado!” No entanto, é de fato apropriado que esta palavra surja aqui.
Devemos entender desde o início que nosso objetivo definitivo não é meramente
sentir-se melhor, ou não ser infeliz, ou apenas ser uma versão melhor de nós
mesmos; não, o objetivo da sadhana é
retornar ao lugar no qual realmente nunca deixamos. Gurudev dizia que o homem é
essencialmente um ser divino e sua essência mais profunda é o Self. Estamos,
então, ainda que no início, numa viagem de autodescoberta que finalmente nos
trará de volta para nosso verdadeiro Self.
(do site Sivanandaonline.org - tradução livre)
Nenhum comentário:
Postar um comentário