quarta-feira, 4 de agosto de 2010

47ª Comemoração do Punya Tithi Aradhana de Sri Swami Sivanandaji

Conforme noticiado pela DLS – Índia, hoje - 4 de agosto - é o 47 º aniversário da Punya Tithi Aradhana (falecimento) de Sri Swami Sivanandaji. Em homenagem a esta ocasião, a Divine Life Society enviou um artigo do falecido Sri Ananthanarayananji, discípulo do Mestre, que descreve os últimos dias de Gurudev.

Recebi esse e-mail hoje e já havia consultado o calendário, quando me dei conta que muito embora seja devoto e leitor assíduo das obras de Swami Sivananda, nunca tinha lido nada sobre a sua passagem.

Para quem já visitou a Índia e pode ver um pouco do que foi a vida de Swami Sivananda no Ashram, em especial suas fotos, quarto, Kutir, objetos pessoais, etc., e principalmente suas obras, não foi tarefa fácil, pois foi como estivesse presenciando aqueles (tristes) momentos.

Como se trata de uma tradução livre, espero que o meu limitado conhecimento da língua inglesa não seja fator impeditivo para que as pessoas possam conhecer esse momento da vida do Guru.

Os Últimos Dias
Sri N. Ananthanarayananji

Era o ano de 1960. No Sivananda Ashram Sivananda, após o Arati na noite de Satsanga, alguns visitantes estavam reunidos em torno do Mestre. O Mestre fez algumas indagações a cada um por sua vez, e um deles lhe disse que estava prestes a se aposentar do serviço. Isto fez com que o Mestre ficasse introspectivo e de repente ele perguntou: "Eu me aposentei? Ou estou aposentando? As palavras foram ditas baixinho, mas elas possuíam um significado sinistro.

Dois anos voaram. Em maio de 1962, saindo do escritório do Ashram, o Mestre posou para a câmera com um visitante. Após tirada a fotografia, o visitante agradeceu ao Mestre, se despediu e foi embora. As poucas pessoas que estavam ao redor também ficaram preocupadas, e por um breve momento o Mestre foi deixado sozinho em sua cadeira, com apenas um discípulo sentado próximo a ele. De repente ele se virou para o discípulo e disse: "Na ham, na tum, daftar gum."

Era uma expressão favorita do Mestre. Ele havia dito isso muitas vezes diante de muita gente para transmitir a verdade suprema da filosofia Vedanta de que o mundo deixa de existir para o homem que atinge o estado Turiya, mas é estranho dizer, que o abrupto enunciado dirigido naquele dia, talvez intencionalmente, tivesse causado tal impacto no discípulo que este sentiu absolutamente incerto e infeliz.

Quatro meses mais tarde, durante sua festa de aniversário, o Mestre exibiu grande hesitação em convidar os devotos ali reunidos para as comemorações do seu aniversário no ano seguinte, como era de seu costume habitual fazê-lo. Os Devotos então tiveram outra dica do que os aguardava.

A indicação mais clara surgiu no início de 1963, quando em uma noite de Satsanga, o Mestre convidou abertamente todos que quisessem Sannyas, fossem iniciados no próprio dia de Sivaratri em 1963. "Quem sabe o que poderá acontecer no próximo Sivaratri?" disse ele.

Uma Devota protestou dizendo que o Mestre não deveria falar daquela forma, mas o Mestre sumariamente a silenciou, dizendo: "Oh, fique quieta! Você não sabe de nada."

Aproximadamente em abril de 1963, o Mestre inexplicavelmente tornou-se sério em sua atitude para com os homens e as coisas. Suas obras começaram a assumir uma aparência incomum, por exemplo, o jeito como ele passou a lidar com as finanças na administração do Ashram. Era difícil entender como a grande generosidade do Mestre poderia impor cortes ainda que nos pequenos subsídios dos trabalhadores do Ashram, mas ele assim fez. Ele cortou muitos outros itens das despesas, grandes e pequenas, com cuidado tão meticuloso de modo que as dívidas da instituição caíram abruptamente em apenas um mês.

Mas como o Mestre fazia brincadeira de tudo. "Economia, Senhor, economia!" ele costumava dizer, sempre que alguém ia até ele. Ninguém, porém, podia sentir o profundo propósito por detrás de suas ações. A verdade é que o Mestre estava se preparando para partir, e queria que o Ashram estivesse livre de problemas financeiros.

Em várias ocasiões, durante os meses de maio e junho daquele ano, o Mestre pediu o calendário, cada ora a uma pessoa diferente. Volta e meia virando todas as páginas do mês de junho em curso, começava a olhar em julho. Quando um discípulo tentava imaginar o que estava acontecendo, o Mestre exclamava: "Oh, você não sabe!" E depois de passar pelas datas, ele devolvia o calendário. Poucos poderiam adivinhar que o Divino Mestre estaria fixando data e hora auspiciosa para o próprio Mahasamadhi.

A partir de Maio de 1963, o Mestre começou a retornar diariamente fitas com gravações para o escritório. Ele lia em voz alta, vigorosamente e de forma inspiradora os seus livros impressos e folhas datilografadas, e um discípulo então gravava em fita cassete. O Mestre era minucioso neste trabalho. Uma vez a cada dez dias ele perguntaria: "Quanto de material já forneci? Quanto tempo irá levar?" Ele estava tão intensamente ansioso por servir à humanidade mesmo após deixar a visão física.

Este desejo ilimitado de servir as pessoas se manifestava de várias formas. Muito embora tivesse contribuído regularmente com artigos para vários jornais como parte vital de seu programa de divulgação do conhecimento espiritual, durante os meses que antecederam ao seu Mahasamadhi enviou um grande número de artigos para grande número de revistas – serviço até o final, o que há de melhor e em máxima quantidade.

Várias vezes durante os dias de gravação das fitas, o Mestre expressou sentimentos como estes: "A visão está ficando escura, faça o que quiser com a fita. A audição está ficando embotada, diga o que você quiser dizer por si mesmo. A língua está ficando inarticulada; peça o que quiser pedir agora ".

Um dia, enquanto o Mestre estava assinando as cartas, disse brincando um pouco, "A visão está ficando fraca. A partir de agora eu não posso assinar, senhor", e olhou para o discípulo que segurava a pasta para a assinatura, como que para certificar-se se este tinha entendido as implicações do que havia dito.

21 de junho de 1963 foi a prova de que seria o último dia em que o Mestre compareceria ao ofício no Diamond Jubille Hall. Depois do trabalho, ele saiu como de costume e, como ele se aproximava da árvore neem do lado de fora do Caixa do escritório, ele parou por um momento e deliberadamente olhou ao redor dos devotos que o seguia. Exclamou com seu característico senso de humor, "Oh! O carro celeste vai chegar de Brahmaloka. Quem serão os próximos?"

Murari Lal, um advogado de Lucknow, disse imediatamente, "Swamiji, eu vou seguir."

Dr Devaki Kutty, outro devoto, não respondeu, apenas sorriu. O Mestre sorriu de volta "Hum, após algum tempo." Mas, ele próprio estava preocupado, o carro celestial estava por vir em apenas mais vinte e três dias.

Ao voltar para o seu quarto o Mestre começou a sentir uma dor na articulação do quadril e, por mais que desejasse, não poderia comparecer como era usual à noite de Satsanga. Foi-lhe aplicada diatermia e alguns remédios.

No dia seguinte, novamente ele não pode ir ao escritório do Ashram. Ele despachou sua correspondência, enviou pacotes de livros gratuitos e outros trabalhos de onde estava, mas à noite a dor ficou aianda mais intensa.

Na manhã seguinte, o Mestre veio à varanda de seu quarto para ver a correspondência e a cota de fitas de gravações de exortação espiritual. Ele ditou um pouco também, mas voltou para dentro mais cedo. Sua dor se agravou e ele foi examinado pelo Dr. O P. Kapur.

No dia subseqüente, apesar de sua doença, o Mestre começou a ditar como de costume. Após algumas frases, disse, "A felicidade surge quando o indivíduo se funde em Deus." Houve uma pausa – um minuto, dois minutos, três minutos, mas o Mestre não disse nada. O discípulo que esperava perguntou se ele iria continuar com o ditado.

“Porum," o Mestre proferiu num enigmático tamil. Significa "o bastante".

"A felicidade surge quando o indivíduo se funde em Deus." Esta foi a última frase ditada de Swami Sivananda, autor de centenas de livros de inspiração para o homem e seu destino. O inigualável professor tinha resumido seus grandes ensinamentos em uma frase, e breve ele faria o que pregava. Fundir-se  totalmente em Deus, poucas semanas depois da frase acima.

Na meia-noite de 23-24 de junho, o Mestre desejava ir ao banheiro, mas uma das pernas estava paralisada. Apesar da dificuldade, saiu para a varanda, no dia 24, como de costume pela manhã. Ele estava com a pressão alta e podia falar apenas com dificuldade. Nessa condição, ele ainda quis fazer uma gravação, mas delicadamente prevaleceu a vontade dos devotos para que desistisse da tentativa.

Mais cedo, ficou acertado que a cerimônia de Annaprasana do filho de um devoto poderia ser feita naquele dia na presença do Mestre. Arroz kheer havia sido preparado para a ocasião, e a primeira cerimônia de alimento com cereais para a criança já tinha acontecido conforme previsto. O Mestre abençoou o bebê.

Quando terminada a cerimônia, o assessor de imprensa do Ashram apresentou ao Mestre o primeiro exemplar de uma reedição do seu Kundalini Yoga. Ele pegou o livro em suas mãos e, cheio de apreciação pelo ressurgimento de sua cria, acariciou-o como uma mãe acaricia seu recém-nascido. Mas ao tentar virar algumas páginas, o espectador poderia ver a mão do Mestre tremendo.

Na mesa do almoço, novamente, o Mestre não seria capaz de pegar a toalha com a mão esquerda ao tentar, nem mesmo fazer as costumeiras saudações a Mãe Ganges após sua refeição.

Em 25 de junho, os médicos de Dehra Dun e Lucknow o examinaram. O Mestre tentou falar, mas a sua articulação não estava nítida. O médico de Dehra Dun falou baixinho, "Swamiji, você não deve se preocupar com nada. Você não deve pensar em nada."

Rápido, veio a resposta: "Oh! Como é possível? Eu tenho que pensar em muitas coisas. Eu tenho muitas pessoas para cuidar."

Esta foi somente uma faceta da extraordinária personalidade do Mestre, uma faceta que mostrou a preocupação do pastor com o seu rebanho. A outra faceta, a consciência transcendental da Divindade, que foi Swami Sivananda, era bem diferente. Apenas um ano antes, o Mestre tinha comentado com um discípulo de forma casual, "Eu não posso pensar”, insinuando assim que ele havia atingido um reino no qual o pensamento não mais poderia tocar, e onde a mente não mais existe.

Ao meio-dia, o coronel MS Rao, então médico particular do Presidente da Índia, veio correndo de Delhi.

"Como está se sentindo, Swamiji?"

A esta pergunta do médico o Mestre respondeu: "Estou perfeitamente bem."

Esta era a característica do Mestre. Sempre que alguém lhe perguntava sobre sua saúde, ele sempre dizia, "Maravilhosamente bem!" Como poderia estar aquele que o tempo todo esteve em ininterrupta comunhão com o Senhor?

O Mestre conversou amigavelmente com o médico e se alimentou. Na mesma noite, porém, teve dificuldades para engolir. Ele não era capaz nem mesmo de tomar os comprimidos. Eles foram amassados, misturados com mel e administrados a ele em pasta.

Era 6 de julho de 1963, o dia de Guru Purnima. A ninguém foi permitido entrar no Kutir do Mestre. Residentes do Ashram e devotos visitantes solenemente celebraram a sagrada ocasião nas instalações externas do Ashram.

Na mesma tarde, quando um discípulo do Mestre o ajudava a levantar-se da cama, ele perguntou se ele queria alguma coisa.

"Nada", disse o mestre, e depois de algum tempo, recitou as seguintes linhas da Brahma Sutras de Bhagavan Vyasa e do Yoga Darshana de Maharishi Patarnjali:

Tattu samanvayaat
Tasya vachakah pranavah
Sa tu deerghakala-nairantarya
Satkaaraasevito dridhabhoomih.

Poderia o Mestre compassivo dar aos devotos suas instruções no mais auspicioso Guru Purnima através destas afirmações sagradas? Poderia alguém dar melhores instruções de maneira tão sucinta? Nesses três versos o Mestre havia instruído que o Brahman era o objetivo, e que, para se atingir a meta, deve-se repetir OM e se engajar na prática espiritual por um longo período com fé e devoção.

Daquele dia em diante, a condição do Mestre, começou a melhorar. Mais uma vez os discípulos começaram a permitir que os visitantes entrassem no Kutir. Em 8 de julho, de cadeira de rodas ele foi levado para a varanda, e a seu pedido, as portas da varanda foram abertas, permitindo-lhe beber a beleza do sagrado Ganges para alegria de seu coração. O Darshan do Ganges para ele era sempre um banquete espiritual.

Assim que o Mestre se sentou olhando o sagrado Ganges, um grupo de devotos se reuniu em torno dele em triste silêncio. Alguns queriam ver até onde o Mestre seria capaz de usar seus membros. Papel, caneta e óculos foram trazidos. O mestre escreveu de forma legível: "Sirva, ame, medite, realize-se."

Durante sua doença a condição do Mestre poderia parecer patética ao espectador. Um olho estava fechado, a boca ferida, de forma que ele não poderia falar corretamente, e uma das pernas estava completamente paralisada. Durante dias e noites, ele teve que se deitar sobre a mesma cama. Evacuação tinha que ser feita na própria cama. Apesar de tanto sofrimento físico, em nenhum momento o Mestre murmurou ou demonstrou desânimo de qualquer maneira. Por outro lado, em todas as oportunidades ele contou piadas, fazendo os atendentes rirem. Sua alegria interior se manifestava em tudo que ele disse e fez..

A posição do corpo do Mestre tinha que ser mudada a cada duas horas para prevenir feridas. Cada vez que seu corpo era virado, ele deve ter sofrido excruciante dor, mas nem uma vez escapou qualquer observação de seus lábios sobre o que estava sendo feito ao seu corpo fraco, nem mesmo a expressão de seu rosto assim demonstrava.

Na saúde e na doença, as maneiras graciosas do Mestre não sofreram qualquer alteração. Todos os que foram até ele nos últimos estágios da doença sentiram seu irresistível amor como sempre.

Quando Nityananda, o horologista chamado, o Mestre perguntou-lhe, "Sua mãe veio?" Sempre que Nityananda vinha a Rishikesh ele costumava trazer sua mãe, e o Mestre se lembrava disso.

Sobre a chegada de Arun Pannalal, seu amado discípulo, o Mestre saudou-o com muito carinho: "Faz muito tempo desde a última vez que te vi." À medida que o discípulo devotamente prostrava-se e levanta-se, o Mestre deu-lhe tapinha nas costas várias vezes, ao mesmo tempo que dizia: "Seja ousado. Seja corajoso." Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Em mais de uma ocasião, durante seus últimos dias, o Mestre mostrou, desta forma seus sentimentos de profundo afeto por vários de seus discípulos queridos.

Um dia, os olhos do Mestre pousaram sobre Vanamamalai, um devoto de Madurai, no extremo Sul. Imediatamente uma questão tocou diante do Mestre, "E o casamento de sua irmã?"

Swami Sivananda era um Mestre da rara compaixão. Ele era intimamente familiarizado com os problemas pessoais dos seus inúmeros devotos. Ele lembrava-se daqueles problemas em compartimentos separados de sua memória, tratando-os como seus e ajudando em todos os casos. Milhares o amavam tanto pela intensa natureza humana quanto pela sua orientação espiritual.

Um dia, o doente Mestre foi virado em sua cama e foi colocado deitado de costas. Pouco mais tarde, ele chamou: "Oh! Sarvanabhava o ungüento está caindo de cima. Aproveite cada tubo."
Em que nível elevado de consciência estava o Mestre naquele momento, a mente humana não é capaz de conceber.

Numa outra noite, o rádio numa sala ao lado estava tocando música suave. Um famoso músico Nadaswaram foi ao ar no programa nacional All-India Radio. O Mestre estava na cama com os olhos fechados, e seus discípulos pensaram que ele estivesse dormindo. Veja nossa agradável surpresa, quando ao final do recital, ele abriu seus olhos, acenou para uma pessoa que estava próxima e instruiu, "Oh! Escreva para o artista que eu gostei de seu recital. Transmita minhas benções a ele."

Entre os que foram chamados durante a fase de doença do Mestre foi a então Ministra da Saúde indiana, Dra. Sushila Nayyar. Apesar de todas as suas deficiências físicas, o Mestre trocou saudações com ela, deu-lhe livros e café da manhã, cantou o Maha Mrityunjaya Mantra para sua saúde e bem-estar, e deu-lhe seu sermão de "servir, amar, dar, purificar, meditar, realizar". Por fim invocou as bênçãos do Senhor sobre ela.

Em 10 de Julho, o Mestre expressou o desejo de ver o Ganges de onde ele estava deitado na cama. Uma parede obstruía a visão. Assim, a posição da cama foi devidamente alterada para permitir-lhe ver o sagrado Tirtha que ele tanto amava, em cujas margens ele vivera por quase quarenta anos, e sobre cuja glória escrevera um livro.

Em 12 de julho, a Dra. Devaki Kutty deu papel e caneta ao Mestre. O Mestre escreveu: "Lembre-se, esqueça." O bloco foi elevado para lhe permitir escrever mais, mas ele fez um gesto, de modo a dizer: "Isso é suficiente." Ele disse à médica: "Lembre-se você é Devi, e não Devaki Kutty". Primeiro, um pedaço de instrução escrita e, em seguida uma explicação verbal da instrução para assegurar a correta compreensão. Isto era amor jorrando sobre amor!

No mesmo dia, ao Mestre foi dado um banho de esponja pela enfermeira Sundara Behn. Ele a presenteou com um sari de seda, como um símbolo da sua gratidão por seu devotado serviço. Era quase um princípio sagrado que o Divino Mestre nunca deixasse de recompensar pelo menor serviço prestado a ele. A recompensa era em todos os casos maior do que o serviço prestado.

Na meia-noite de 12-13 julho, o Mestre não dormiu, mas continuou a escrever OM sobre sua coxa direita com o dedo. Agora, e depois descansou um pouco e depois recomeçou da mesma forma. Dois ventiladores estavam funcionando no quarto, além de um refrigerador de ar. O discípulo ficou preocupado que o Mestre pudesse sofrer com a exposição, e cobriu sua mão com um pano sempre que ele parava de escrever. Mas toda vez o Mestre tirava o pano para retornar a sua escrita do OM. A mão foi, assim, coberta uma dúzia de vezes, e uma dúzia de vezes tirou a cobertura para o lado. Depois das 2 da madrugada, porém, o Mestre dormiu um pouco.

Em 13 de julho, ele não tomou o seu café da manhã totalmente, mas se contentou com uma iddli, um pouco de suco de manga e um pouco de leite. As 10 da manhã horas ele foi levado para a varanda, como de costume. Normalmente, ele sentava-se lá por meia hora, mas naquele dia ele descansou por dez minutos apenas, com o olhar intensamente fixado no Ganges. Então disse abruptamente: "Bem, vá para dentro." Ele foi levado para dentro. Na parte da tarde ele foi acometido de diarréia e os rins pararam de funcionar.

Por volta das 9 da noite foi-lhe aplicada uma massagem elétrica. O barulho da máquina lembrava o coaxar de um sapo. O mestre comentou: "Veja você, o sapo está chorando!" As pessoas em volta estavam aflitas com a saúde do Mestre, mas não poderia ajudá-lo soltando um sorriso a seu comentário.

Só então um discípulo próximo do Mestre entrou. Ele estava nú da cintura para cima, e seu bojudo estômago mostrava-se proeminente. O Mestre viu e exclamou jocosamente, "Oh! Coloque a máquina em sua barriga."

Seu humor tornou-se um pouco sério, no entanto, quando os médicos começaram a aplicar a massagem elétrica em seu rosto.

Cansado como estava, ele disse: "Chega, chega!" A atitude do Mestre, naquele momento, revelou o desapego extremo. Ele não queria nada. Afinal, o que poderia todos os médicos do mundo fazer diante do chamado que veio até ele?

Após vários movimentos e micção, o estômago ficou completamente vazio. Ele deitou-se em sua cama totalmente relaxado como uma criança, batendo no travesseiro com as pontas dos dedos de sua mão direita. Ou ele movia a palma da mão direita levemente sobre seu estômago em círculos suaves. Ele não tinha nada para fazer agora, seu trabalho havia terminado.

Em 14 de julho, o coronel Puri veio para examinar o Mestre. Assim que ele bateu com o bastão para testar os reflexos, o Mestre disse: "Os médicos são muito cruéis".

"Sim, Swamiji, o que pode ser feito? É nosso dever", disse o médico, e acrescentou, "Swamiji, logo você irá ficar bom."

"Sim, eu devo", disse o Mestre: "Eu tenho muitas coisas para fazer."

"Você vai fazer, Swamiji, mas com dificuldade."

O Mestre ouviu as palavras do médico claramente e olhou-lhe fixamente. Depois, com sua infalível hospitalidade viu que ao médico foi oferecida uppama, café e livros. Ele finalmente concluiu com um adeus e um "Om Namo Narayanaya".

Depois que o médico saiu, e antes que ele pudesse tomar sua refeição, o Mestre começou a ficar febril e começou a tremer. A respiração dificultada. Ele tomou duas ou três colheres de Horlicks, e às 3 horas da tarde pediu água. Como era a prática usual os discípulos queriam dar-lhe água de cevada ou de cominho, mas ele queria a água do Ganges, pura e simples. A água foi trazida. O Mestre, que estava com dificuldade em ingerir a menor quantidade de sólidos ou líquidos, engoliu metade de um copo de água do Ganges sem qualquer problema aparente – e com isso o Ser que foi Swami Sivananda deixou de lado sua veste mortal. Eram 11:15 da noite.

A hora que o Mestre escolheu para se fundir com o Supremo foi provada ser um sagrado Muhurta de extrema auspiciosidade. Apresentava-se uma elevada posição planetária sobre o limite de Uttarayana e pouco antes do início do Caminho do Sul. Um competente horologista, também competente em astrologia, mencionou que na manhã daquele domingo fatídico, em torno da meia-noite ocorreria uma tal conjunção planetária sem precedentes e auspiciosa que qualquer Yogi, que estivesse se prepararando para partir nunca iria querer perdê-la. A previsão se mostrou correta e o Mestre escolheu o momento.

O fim foi tão repentinamente inesperado que os discípulos ficaram atordoados. Eles sabiam que seu Gurudev havia partido, mas o coração se recusava a acreditar, a mente se recusava a reconhecer. O próprio tempo parecia ter chegado ao fim. Mas logo a crescente compreensão desse extraordinário evento para todo o mundo, gradualmente penetrava além do atordoado choque, e imediatamente mensagens telefônicas e telegráficas eram enviadas para todos os lugares.

Entretanto, no Kutir do Mestre o corpo foi colocado numa postura sentada, de pernas cruzadas, e mãos, com os dedos entrelaçados, feita para descansar sobre os pés. Os devotos sentados na varanda, cantavam suavemente o Maha Mantra, tentando em vão conter as lágrimas e soluços. Um por um dos internos do Ashram desciam no escuro e se curvaram diante do santo em forma de Mestre em triste silêncio.

Cedo na manhã seguinte, a notícia se espalhou sobre o mundo através do jornal e do rádio. Mensagens de condolências, de simpatia, de tristeza se derramaram por toda parte. Localmente, toda a Rishikesh estava agitada com a trágica notícia, e a população da cidade começou a afluir para o Ashram e a se curvar diante do grande santo, que por seu trabalho espiritual estupendo tornou o nome de Rishikesh famoso no mundo todo.

Um primeiro banho cerimonial foi dado no corpo do Mestre e tecido fresco envolto sobre ele. Tilak foi aplicada em sua testa, e guirlandas de flores colocadas no pescoço. A essa altura, a fila de visitantes tinha se alongado até a estrada acima. Durante todo o dia e até tarde da noite devotos continuaram vindo de diferentes lugares para o último Darshan.

Na terça-feira, 16 de julho, as margens do Ganges e ao redor do Ashram era uma verdadeira massa de pessoas. Cada ponto ao longo da margem do Ganges, era ocupada por uma multidão de expectadores aguardando o surgimento do corpo do Mestre de dentro de seu Kutir. Às 10h30 o corpo, carregado por seus assistentes pessoais, foi gentilmente trazido para fora da sala para o sopro de búzios e repique de sinos. Assim que surgiu a partir do portal, professores e alunos da Mahavidyalaya Darshana, uma instituição espiritual irmã, iniciou um canto Védico. Devagar e com cuidado infinito, a forma sagrada do Mestre foi levada para a praça em frente ao pavilhão de hóspedes do Ashram e para o leste ao longo da margem do Ganges.

No deck de Rajbansi, carregadores desciam as escadas em direção ao Ganges e colocaram o corpo em cima de uma cama sempre preparada na plataforma do deck. Então, para o canto de Mantras Védicos, foi banhado na cerimônia, em primeiro lugar com vários ingredientes e, em seguida, com água do Ganges sagrado. Após este Abhisheka o corpo foi colocado em um palanquim enfeitado com flores e levantado sobre os ombros dos discípulos do Mestre. O cortejo se dirigiu a caminho da área do Ashram na colina do templo Viswanathr. O solene Kirtan do Maha Mantra e Veda-patha, pontuado por gritos de vitória, como "Swami Sivananda Maharaj-ki-Jai" e "Satgurudev-ki-Jai", encheu o ar.

Chegando na frente da câmara escolhida para o internamento, o palanquim foi abaixado, a frente virada para a massa de pessoas reunidas. Um último Arati público foi então realizado, para satisfazer a grande assembléia. Em seguida, o corpo foi retirado e carregado em cima de uma prancha para o corredor que conduz à câmara interna. Ali foi colocado exposto, enquanto a cova do Samadhi estava sendo pronta pelo sacerdote para a realização dos rituais.

Logo a cova estaria pronta. Para a recitação dos mantras sagrados, o corpo do Mestre foi gentilmente abaixado no seu lugar de descanso final. Sentado em postura meditativa, a vestimenta física do santo recebeu uma última adoração no seio da terra. Perfumada pasta de sândalo misturada com água de rosas foi passada por todo o corpo. Sândalo em pó, cânfora, sal e Vibhuti foram polvilhados no poço, até começar a encher. Quando atingiu o tórax e os ombros, os mais exaltados, incapazes de conter a separação final, vinham chorando até o corredor para terem um último vislumbre da forma amada que estava prestes a desaparecer de seus olhos para sempre. Ao meio-dia o confinamento do corpo foi concluído e a câmara fechada. Um pote cheio de água do sagrado Ganga foi colocada sobre o Samadhi. Em seguida, uma lamparina foi acesa.

Passava do meio dia. O sol brilhava num céu azul salpicado de nuvens brancas. As colinas ao redor estavam verdes com folhagem fresca. Um silêncio invadiu o lugar. Assim que os devotos terminaram seus banhos após os últimos rituais e, saindo das águas do rio, surgindo no Ghat para se secarem, uma estranha paz encheu seus corações. Era como se o espírito santo do Mestre, fosse sentido por dentro. O dia que um pouco antes pareceria escuro, agora brilhava com um brilho novo. Na Satsanga à noite, pelos alto-falantes eram narradas comovidas experiências aos pés do Mestre santo. Muitos ofereciam suas homenagens em poemas compostos para a ocasião. A atmosfera inteira foi permeada por um espírito de fervorosa adoração e Bhakti Guru. Músicas devocionais foram cantadas. Um doce hino de adoração foi cantado em uníssono. A longa Satsanga terminou com uma devotada oração, canto de paz e meditação silenciosa.

Durante várias semanas, o correio do Ashram trouxe cartas de comoventes homenagens à memória do grande sábio. Santos e estadistas, jovens e velhos, crentes e não crentes, negros e brancos, pessoas de todos os matizes se sentiram órfãos. A perda para os discípulos mais próximos foi talvez ainda maior.

Swami Venkatesananda falou por todos os discípulos ao escrever de Mauricius:
"Então, a voz soando é silenciosa. A forma majestosa desapareceu. Nós não mais veremos a gigantesca figura, vestida de laranja, calçados com sapatos de lona, passos medidos, sacos na mão, pronto a distribuir fruta, sabedoria e trabalho para nós, seus filhos amados. Cujo riso infantil, com o tremor da barriga em convulsões de riso, uma alegria tão salutar que as lágrimas de alegria ofuscavam os olhos brilhantes, um riso que irradiava a felicidade de Deus para todos, não mais será ouvido.

"O fim é, talvez chocante, mas que não é o fim. É o começo. O construtor trabalhava do lado de fora, ele estava à vista. Ele criou algo dentro e ele entrou nele. Agora ele trabalha no interior, fora da vista externa, mas verdadeiramente e, portanto, propositadamente ativo. Nosso Gurudev que nos moldou, dando forma às massas sem forma, deitando pedra sobre pedra em nós e construindo um santuário, que entrou e agora está ocupado a trabalhar lá. "

Foi uma sensação mista de agonia e esperança. Falando em uma reunião de condolências em Hyderabad, ex-presidente da Índia, Dr. Radhakrishnan, elogiou o serviços do Mestre na regeneração espiritual do país, e enfatizou que a glória da Índia não está fundada tanto em heróis militares, magnatas industriais, ou gênios políticos, mas em santos e videntes.

Sri C. Rajagopalachari escreveu na revista, Swarajya:

"Nosso líder espiritual mais dinâmico dos últimos tempos, Swami Sivananda de Rishikesh, faleceu, deixando uma lacuna no campo da educação moral e religiosa de massa na Índia. Ele possuía grande domínio sobre todas as nossas filosofias religiosas. Ele verdadeiramente representou o iluminado e ortodoxo hinduísmo, e a vida pura, por onde esteve. Ele tinha acima de tudo uma inigualável energia dinâmica, cheio do amor e do dom de atrair seguidores dedicados. Com o seu falecimento a Índia perdeu, talvez, o mais eficaz e liberal líder do Hinduismo vivido nos tempos atuais. Milhões em toda Índia estarão de luto. "

General KM Cariappa, um seguidor do Mestre, escreveu de sua casa em Mercara:

"O mundo agora está órfão de seu parentesco espiritual e filosófico do nosso venerado e estimado Guruji deixando-nos fisicamente para sempre. É dever de cada devoto sincero e honesto tentar viver de acordo com seus grandes ideais e ensinamentos em letra e espírito a eles apresentado. "

O Times da Malásia afirmou que o Mestre como um ex-malaia "que foi" lembrado com respeito e carinho por muitos antigos conhecidos em Cingapura, Bahru Johore e Negri Sembilan. "Artigos em Sri Lanka afetuosamente lembraram de sua visita aquela ilha em 1950.

A reação do mundo ocidental à passagem do Divino Mestre passando foi talvez melhor sintetizada por Florence Barker Cultural do Fórum Internacional, que escreveu, no curso de uma apreciação:
"A Luz do mundo, o nosso Guru, faleceu, mas Sua Santidade continuará a ser derramada sobre a terra, em sua essência mais íntima, enquanto a raça humana existir, pois ele sempre tinha a certeza das suas premissas, inflexível na sua ética e valores espirituais, e inflexível em sua recusa em diminuir o seu padrão de retidão, e adamantino na recusa em abaixar a degrau mais baixo de seu padrão de retidão, ao mesmo tempo pronto a perdoar aqueles que se extraviaram do caminho. Felizmente para nós, ele traduziu a si próprio em palavras e, portanto, como literatura sagrada, permanece conosco como um exemplo sempre presente quanto tantos Santos Seres antes dele. Não haverá mais a sua centelha divina a voar da bigorna. Num período em que TV, cinemas, estrelas de cinema, bandidos, prostitutas, magnatas comerciais e similares foram preenchendo as manchetes, quando as nossas principais preocupações foram aparelhos e armas auto-destrutivas, ele trouxe a vida divina a esta terra triste e popularizou o santo. "
Mais comovente de todos foram os tributos de amor e respeito prestados pelos santos contemporâneos, tanto da Índia como do exterior. Swami Ramdas de Kanhangad saudou o Mestre como uma “Personalidade Divina" - um farol brilhante para todos os aspirantes espirituais".

Sri Daya Mata da Self-Realization Fellowship, em Los Angeles, chamou o Mestre “Amado Mestre do Mundo" e descreveu sua vida como "um longo hino de amor e tempo de serviço".

Yogi Shuddhananda Bharati chamou a atenção para o que chamou de maravilhoso serviço prestado pelo Mestre em espalhar por toda a mensagem do Rishis Védicos em Inglês simples, e acrescentou: "Se hoje muitos de nossos meninos e meninas leêm o Gita e Upanishads, a honra é devida a Sivananda. Se as palavras "vida divina hoje ganharam divisas no exterior, o crédito vai para este eminente Titan espiritual."

O Mahasannidhanam do Adheenam Dharampuram lamentou a ida de Mestre como uma grande perda "para o mundo religioso", e expressou a esperança de que sua vida poderia guiar a humanidade em direção ao melhoramento.

Sentimentos semelhantes foram expressos por Sati Godavari Mata: "Possa seu espírito agora trabalhar mais fortemente para a elevação da humanidade".

Bonitos sentimentos estes, e nobremente expressos - e como são verdadeiros. O Mestre vive aqui ainda. Ele vive em seus livros, ele vive em seus discípulos, ele vive na atmosfera de seu próprio Ashram em Rishikesh.

O Mestre vive nos seus escritos, como Beethoven em suas melodias, como Raphael em suas pinturas, como Michaelangelo em suas sinfonias de pedra. Seus escritos são os desabafos de sua alma. Eles revelam o auge de sua própria perfeição, a autoridade de sua própria experiência. Eles evidenciam, mais do que qualquer outra coisa, seu próprio desejo intenso de servir seus semelhantes, compartilhando suas experiências com eles e ajudando-os a subir às alturas da bem-aventurança a que ele próprio chegou.

Hoje, a literatura Sivananda cintura o globo. Em Inglês e em francês, alemão, espanhol e russo, holandês, indonésio e japonês, e em dezenas de línguas indianas, a intenso utilitarismo dos escritos do Mestre derrama de forma nova e eficaz luz sobre o caminho do progresso do homem.

O Mestre vive nos seus discípulos. Monásticos e leigos, seu número é legião. Eles podem ser encontrados em todos os países, em todos os continentes. Alguns deles estão ajudando o crescimento do movimento da Vida Divina de grande forma. Na África do Sul e Suíça, no Reino Unido e Canadá, nos Estados Unidos e América do Sul, na Austrália e na Malásia, nas Ilhas Mauricius, Sri Lanka e Trinidad, a mensagem da Vida Divina está se espalhando, graças aos seus discípulos.

O Mestre vive em seu Ashram. Aqui, até hoje, ele é uma presença intensamente sentida. Especialmente no Samadhi Mandir. O santuário está rapidamente se tornando um lugar de peregrinação para os aspirantes espirituais. O lugar é sagrado além de comparação. As vibrações etéreas são poderosas. Ao entrar no templo, o visitante muitas vezes demora, não querendo sair. O Mestre vive lá ainda.

A história de Swami Sivananda é a história de Deus no homem. É a história do desenvolvimento espiritual. É a história da marcha da alma humana.

O Mestre era apenas um outro homem e viveu como tal – mas ele foi um homem que viveu para servir seus semelhantes. Ele era um homem que, a cada respiração, amou intensamente seus semelhantes. Ele era um homem para quem o serviço era sua respiração, e o amor de sua vida. Serviço e amor o elevou ao status de um Deus-homem.

Por sua vida dedicada de serviço altruísta e amor sincero, o Mestre mostrou a um mundo cético as infinitas potencialidades que dormem escondidas em cada alma humana. Ele era a encarnação viva do Gita, do Corão, dos Evangelhos. Sua palavra era amor, sua ação era amor. Seu pensamento foi todo tingido de misericórdia e compaixão.

O grande Mestre foi um príncipe entre os homens, uma jóia entre os santos. Serviço e amor foram as armas com as quais conquistou os corações humanos. Sua humildade o tornou querido por todos; seu serviço o tornou querido por todos; seu o amor o tornou o querido de todos.

Será que o Mestre criou uma nova religião? Não. Ele construiu uma nova igreja? Não. Será que ele desenvolveu um novo código de conduta, de moral, de comportamento? Não. Será que ele prescreveu novas regras e rituais? Não. Mas o Mestre ajudou o Hindu a ser o melhor Hindu, o Cristão a ser o melhor Cristão, o Parsi a ser um Parsi melhor, o Muçulmano a ser um Muçulmano melhor. Hindus, Parsis, Muçulmanos e Cristãos todos o amavam. Todos os aclamava como sendo eles mesmos.

Swami Sivananda não saia em excursões pelo mundo, mas os estudantes sinceros, devotos e admiradores vinham de todos os lugares para se juntar a ele. Ele não fez longos sermões, mas muitos milhares de indecisos foram transformadas por uma simples palavra ou frase que caiu de sua boca, ou do que foi lido em seus livros.

Havia poder no Mestre, em seus pensamentos, em suas palavras, em suas obras. Foi o poder da Verdade. Foi o poder da pureza. Foi o poder do serviço e do amor. Foi o poder de Deus, o poder que existe escondido em todos, mas que no Mestre se manifestou em plena majestade.

O mais inspirador da vida do Mestre foi movimentar um panorama de sucesso através do esforço, de nobre realização através de esforço. A vida de um grande sábio é um ponteiro e uma garantia. Ela aponta o caminho para a felicidade suprema, e assegura o sucesso para aqueles que com cuidado  seguem o exemplo. Ele tem uma mensagem para oferecer a uma humanidade cheia de contendas, uma mensagem de amor e serviço, de esperança e de coragem e ardente otimismo – uma mensagem para hoje.