domingo, 6 de novembro de 2016



O Bhagavad Gita


O Gita é uma mensagem de eternidade, e tem um significado atemporal para cada um de nós. As vicissitudes da vida não possuem qualquer impacto sobre esta mensagem, porque ela surge de uma fonte que transcende as transições da vida. É uma mensagem que incorpora o conhecimento do que é em última análise real. A união do indivíduo com o Absoluto é a meta final desta história que é o Gita. É uma história do movimento de toda criação ao Criador, o Pai de todos os seres que aqui se encontram neste fenômeno generalizado.

Quanto mais fundo você vai ao interior de si mesmo, mais profundo será o significado que você descobrirá no Gita. Se sua personalidade exterior ler o Gita, você verá o aspecto exterior de sua mensagem. Todo o ensinamento do Gita está centrado em equilíbrio, equanimidade, e colocando em ordem tudo que não está em ordem. Todas as leis de vários tipos significam uma coisa, a saber, a necessidade de se manter a harmonia, e ela deve ser mantida em tudo, em cada caminhada na vida, e em qualquer momento da vida. O contexto no qual Arjuna, o herói deste épico, o símbolo da humanidade em geral, encontra-se em uma situação completamente humana. É a sua situação, a minha situação e a de todo mundo.

A relutância de Arjuna em pegar em armas é a relutância do buscador espiritual em lidar com a realidade em sua essencialidade. O desalento, ou o clima de melancolia em que o homem é representado, e no qual se encontra Arjuna, é descrito como uma condição espiritual. É por isto que mesmo o chamado abatimento é considerado como uma parte do Yoga.


O Gita considera a própria vida como Yoga. O caminho no qual temos que viver neste mundo é Yoga. Um buscador espiritual concebido a luz do Gita é uma fagulha da divina conflagração do ser Deus, buscando união com sua individualidade universal ou abrangência absoluta. Nossa conduta deve estar em consonância com este grande propósito.

Encarnações, como Krishna, Buda ou Cristo, possuem vários níveis de intensidade em seus feitos e é justamente aquela forma específica ou perfil a necessária para as circunstâncias. Portanto isto é que vemos nas diversas mensagens das encarnações adotadas pelas várias religiões ao redor do mundo. Elas não são realmente diferentes. Elas se apresentam de formas distintas para atender às necessidades das diversas circunstâncias que necessitam a sua aparição.

“O Self é o amigo do self, e também seu inimigo,” o que significa dizer que o Self superior é o amigo e o benfeitor de nós mesmos, na medida que estamos em sintonia com seus propósitos e leis. Falhamos na vida na medida que estamos em dissonância com as suas leis. O Gita nos diz que sentimos tal felicidade em meditação profunda, e tal é o prazer e a satisfação quando a mente está totalmente absorvida neste modo, que mesmo o pior sofrimento de nossa vida não será capaz de perturbar nossas mentes.

Em poderosas encarnações, sábios, santos, e em vários fenômenos naturais, qualquer coisa que nos atordoa ou nos choca com admiração – tal coisa é um raio de manifestação de Deus. A visão de Deus por Arjuna no Gita é uma percepção imemorial da eternidade do Ser, onde tudo está aqui e agora e não adiante ou em outro lugar. Como podemos ter uma visão de Deus? A total entrega do ser é o caminho. A menos que o self se funda no Self Supremo, esta visão não irá se materializar. Em nossas práticas espirituais, mantemos nossas individualidades? Se isto é verdade, a visão de Deus está distante. Entregue os frutos de sua ação a Deus, e empenhe-se a em ação neste mundo, cumpra suas obrigações, siga com sua vocação no espírito de verdadeiro Karma Yoga. Seja um ideal de pessoa. Não odeie, não ame. O homem e Deus têm que trabalhar em conjunto. Este é o princípio que existe por trás de Arjuna e Krishna sentados numa charrete se dirigindo para o campo da batalha.

Geralmente, aconselho que você mantenha sempre duas coisas em seu bolso: um japa mala, e uma pequena edição do Bhagavad Gita. Eles também o protegerão, e não apenas atuarão como lembretes. O Bhagavad Gita admoesta o indivíduo a se manter perpetuamente no estado de Yoga. Embora a permanência no estado de Yoga no último momento da vida do indivíduo lhe conceda o fruto do Yoga, este não é capaz de saber quando este momento chegará. Embora a morte possa demorar a acontecer, ela pode ocorrer a qualquer momento.

(Extraído de sivanandaonline.org - tradução livre do administrador) 


Nenhum comentário:

Postar um comentário