23. A Visão Védica da Vida

Saiba você ou não, é um fato inalterável que você vive na presença de Deus em cada momento de sua vida. A visão védica do homem torna-o destemido. Ela faz com que ele reconheça sua natureza eterna e imortal, sua imperecível natureza divina – além de nome e forma, que transcende tempo e espaço, sem nascimento ou morte, supremo, não nascido, eterno, imperecível, imutável. Com base nesta visão, convencido desta verdade, o verdadeiro seguidor do antigo modo de viver védico é destemido. Tal pessoa sorri perante a morte; ele sabe que a morte não significa nada para ele. Isto pode ser aplicado a esta gaiola física de carne e ossos na qual ele está aprisionado por pouco tempo, mas ele está sempre pronto. Mas, contudo, ele está sempre preparado para utilizar a vida em sua plenitude e para o bem suprem de todos. “Somos apenas peregrinos de passagem por aqui. Portanto, façamos o máximo bem à criação de Deus na qual vivemos e pela qual passamos.”

Portanto, existe apenas uma grande intenção, um grande objetivo, um grande pensamento: “deixe-me ser um centro de máximo benefício e benção para todos os seres vivos ao meu redor.” Este é o verdadeiro ideal védico da vida – viver e estar neste mundo, não para si mesmo, não para algo mais, mas para o mais elevado bem de todos e também para suprema benção de si mesmo. O seguidor da visão védica aceita a vida como um grande presente. Ele reconhece seu valor, e ele tenta utilizá-la para o melhor desempenho e para o máximo bem de si e de todos. Portanto, ele combina o mais robusto e prático pragmatismo com o mais alto idealismo transcendental – destemor absoluto, consciente do grande valor desta breve permanência na terra. “Sei que tudo é transitório; Sei que todas as minhas conexões são efêmeras. Contudo, enquanto elas estiverem lá elas possuem significado. Devo pegar a vida com ambas as mãos e dizer “sim” para a vida com toda a alegria em meu coração, e devo colocar toda faculdade que recebi de Deus da melhor forma e melhor uso, tendo apenas um interesse – a felicidade de todos, para o bem de todos, a serviço do Deus no homem.”

Assim, há ao mesmo tempo uma realidade prática junto com os mais elevados voos supremos do idealismo transcendental - uma estranha combinação, inacreditável, mas também uma maravilhosa e bela combinação. Com grande compaixão, reconhecendo a realidade relativa desta aparência terrena, joga-se o jogo da vida com grande perícia, sempre fonte de ajuda e serviço, de paz e harmonia. A visão védica nos dá o privilégio supremo de viver a vida sem medo, sabendo que somos sempre livres, mas ao mesmo tempo, em sua maior parte vivendo a vida beneficamente com boa vontade universal e incessante doação de si mesmo para a felicidade de todos. Que todos vocês vivam a vida imbuída desta visão e conhecimento, com esta luz interior e percepção, e assim vivam para enriquecer a criação de Deus, enriqueçam a vida de cada um com quem o Ser Supremo os põe em contato. Seja uma luz na escuridão! Que a graça de Deus permaneça em você!

(Extraído de sivanandaonline.org. Tradução livre)