quarta-feira, 17 de maio de 2017

30. Permaneça em Si Mesmo

A parte mais íntima de seu ser, a essência real, o princípio fundamental e eterno de seu ser é idêntico ao supremo e cósmico Espírito Divino universal. Não é de modo algum diferente, pois o Espírito Universal é a fonte, o substrato e a plenitude, o próprio material da alma individual. Mas algo foi acrescentado a ele, então há uma dualidade. Os fatores acrescentados não alteram de modo algum a divindade essencial e mais íntima do Princípio Divino. Ele permanece o mesmo, invariável. Pois é a realidade, e a realidade não muda. A realidade é sempre a mesma. Há dentro de você uma realidade imutável, além de um aditivo temporário, em constante mudança, que limita sua consciência, o torna incapaz de sentir sua realidade em toda sua glória e grandeza. Esses fatores adicionados que limitam seu Eu real são referidos como acessórios limitadores ou upadhis. São os cinco órgãos da ação, os cinco pranas, os cinco órgãos internos da percepção e o quádruplo instrumento interno do pensamento, sentimento, memória e intelecto.

Você deve ser capaz de perceber claramente essa dualidade. Nisto reside a chave para a libertação e bem-aventurança. Nisto reside a solução para todos os problemas que você pode estar enfrentando. Pois, praticamente tudo o que irá molestar, aborrecer e incomodar está na parte do seu ser constituída por esses acessórios limitadores. Em seu verdadeiro Eu, a parte interna de sua dualidade, não existe problema, nenhum problema de qualquer tipo. Essa parte mais íntima é um centro de bem-aventurança, alegria, paz e serenidade. Lá você encontra a cessação de todos os dissabores e tudo o que o faz sofrer. Eles não existem no seu Eu verdadeiro. Eles são apenas o jogo, os vários humores e modos desta metade exterior. Se você puder pensar profundamente sobre isso e perceber a verdade de que tudo o que torna o ser humano miserável neste plano terrestre pertence apenas à metade terrena desta dualidade, enquanto a solução para tudo isso está na metade interior, na eterna e espiritual metade divina desta dualidade, você irá perceber de repente com surpresa, que dentro do problema está a solução. De repente você se alegrará na realização; "Para todos as moléstias que estou sofrendo, eu sou a solução, eu sou a solução! Se eu praticar a sadhana de ser eu mesmo, de permanecer na minha realidade, então eu estou aplicando a solução e solucionando todos os problemas. Esta sadhana de ser Eu mesmo, num instante irá me libertar de tudo que constitui este samsara ".
Alegria e tristeza, prazer e dor, e todos os desejos e inquietudes pertencem à mente, ao intelecto e às emoções - ao não-Eu. Eles não podem te tocar, que constituem a metade positiva e gloriosa dessa dualidade. Mesmo estando neste estado de associar-se com esses adjuntos limitadores, você ainda está liberto de sua identidade real mais íntima. Não há escravidão; você não está escravizado. Você é um ser sempre liberto. A bem-aventurança é seu estado natural eterno e imutável. Paz profunda é o que você é em todos os momentos, seja acordado, sonhando ou dormindo. Você é a solução para todas essas pequenas, temporárias e evanescentes vexações que vão fazer parte deste mundo. Você pode não ser capaz de mudar o mundo, mas você sempre pode ser seu Eu! É a coisa mais simples. É tão simples como é para um arco-íris para ser colorido, para o mel ser doce ou para a música ser melodiosa, pois é a sua natureza inerente.

Portanto, considere este fato, que embora você não seja capaz de mudar o mundo lá fora, não importa, porque você pode ser seu próprio Eu. Seja o que você é e veja o que isso faz por você. Esta é a maior sadhana. Esta é a verdadeira religião. Isso é Yoga e Vedanta, e isso é sabedoria. Procurar soluções quando a solução está bem dentro de você não faz sentido. Seja seu próprio Eu, e isso é felicidade instantânea, paz instantânea, plenitude instantânea. Pois então você permanece na eternidade e no infinito. Que a abençoada mão de Gurudev te ajude a realizar este milagre interior - o maior dos milagres!

(Texto extraído de sivanandaonline.org. – Tradução livre)

Nenhum comentário:

Postar um comentário